Apruma convida para coletiva de imprensa com Osmarino Amâncio, líder seringueiro do Acre, que participa nesta terça-feira, 30, do Seminário “Desafios atuais das questões agrárias, urbanas, ambientais indígenas e quilombolas”
Osmarino, que acompanhou Chico Mendes contra o latifúndio na Amazônia, também participou no último final de semana do VI Encontro da teia dos Povos e Comunidades Tradicionais do Maranhão, que aconteceu na comunidade quilombola Alto Bonito, na cidade de Brejo
A Apruma – Seção Sindical do Andes – Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior – realiza nesta terça-feira, 30 de maio, às 9h, no Auditório Ribamar Carvalho (Área de Vivência do Campus do Bacanga, próximo à Sede Administrativa da Apruma), ENTREVISTA COLETIVA COM OSMARINO AMÂNCIO, referência dos embates travados pelos seringueiros do Acre, na Floresta Amazônica, contra a invasão da floresta por latifundiários.
Osmarino foi, ao lado de Chico Mendes – ícone desta batalha e que hoje nomeia a Reserva Extrativista que nasceu fruto daquelas lutas – um dos responsáveis pela denúncia que correu o mundo, mostrando o grau de violência no campo brasileiro contra comunidades tradicionais, camponesas, quilombolas e indígenas. A situação, do final dos anos 1980 para cá, não melhorou, mas houve, ao contrário, avanço dos conflitos, no qual o Maranhão se destaca, como apontado pelo Caderno dos Conflitos do Campo 2016, publicação da Comissão Pastoral da Terra (CPT) lançado recentemente e que mostra os dados dessas ocorrências no ano passado.
A persistência de Osmarino para reverter esses dados continua. No último final de semana, ele participou do VI Encontrão da Teia de povos e Comunidades Tradicionais do Maranhão, que ocorreu na comunidade quilombola Alto Bonito, na cidade de Brejo; nesta terça-feira, a partir das 16h, ele estará no Seminário “Desafios atuais das questões agrárias, urbanas, ambientais indígenas e quilombolas”, realizado pelo Grupo de Trabalho de Política Agrária, Urbana e Ambiental (GTPAUA), GT da Apruma que discute tais temáticas.
Durante o Seminário, ele falará sobre “Autonomia territorial e desafios contemporâneos de povos de comunidades tradicionais”, ao lado de Roberta Figueiredo e Samarone Marinho, professores da UFMA. O Seminário terá ainda discussões sobre “Plano diretores e questões agrárias, urbanas e ambientais”, com os professores Luiz Eduardo Neves (UFMA) e Frederico Lago Burnett (UEMA) e o advogado Guilherme Zagallo.
Durante a Coletiva que acontece pela manhã na UFMA, Osmarino Amâncio falará sobre os conflitos agrários, como o ocorrido semana passada no Pará vitimando uma dezena de camponeses sem terra, e os ataques às populações tradicionais
ENTREVISTA COLETIVA COM OSMARINO AMÂNCIO SOBRE CONFLITOS AGRÁRIOS E ATAQUES ÀS POPULAÇÕES TRADICIONAIS
1 – CONFLITOS AGRÁRIOS E ATAQUES ÀS POPULAÇÕES TRADICIONAIS
Conforme amplamente divulgado na imprensa brasileira e internacional, nos últimos anos houve um salto nos conflitos no meio rural brasileiro. Nesse quadro, em 2017 já foram assassinadas ou feridas várias lideranças de trabalhadores rurais, indígenas e quilombolas, principalmente nas regiões norte e nordeste
Porque isso está acontecendo? Como o Estado brasileiro, incluindo o parlamento e o Poder Judiciário, em seus diferentes níveis, está se posicionando? Como as populações tradicionais estão vivendo e se organizando para resistir? O que outros segmentos da população brasileira podem fazer diante desse quadro? Essas e outras questões a serem levantadas serão objeto de diálogo com Osmarino Amâncio, em entrevista coletiva organizada pela APRUMA – Seção Sindical do Sindicato Nacional de Docentes do Ensino Superior – ANDES-SN e pela Central Sindical e Popular – CSP-CONLUTAS.
2 – QUEM É OSMARINO AMÂNCIO
Qualquer pessoa medianamente informada pelo menos já ouviu falar das lutas dos seringueiros e extrativistas no Acre, que, entre outras consequências, levou ao assassinato, em 22 de dezembro de 1988, de uma de suas maiores expressões: Chico Mendes. O que menos gente sabe é que juntamente com Chico existiam outras lideranças, inclusive também marcadas para morrer. Osmarino Amâncio Rodrigues é uma delas.
Passados mais de vinte oito anos do assassinato de Chico Mendes, com um Acre ainda mais dominado por latifundiários, Osmarino segue firme na luta e está presente no Maranhão para participar de dois eventos: o II Encontro da Teia dos Povos e Comunidades Tradicionais do Maranhão, em Brejo, de 26 a 28 de maio, e o seminário “Desafios atuais das questões agrárias, urbanas, ambientais, indígenas e quilombolas”, no dia 30, na UFMA.
3 – A IMPORTÂNCIA DO DIÁLOGO COM A IMPRENSA MARANHENSE
O Maranhão apresenta uma das situações mais dramáticas no Brasil em termos de precariedade de condições de vida no meio rural, conflitos agrários e ataques a lideranças de trabalhadores, indígenas e quilombolas. A não demarcação de terras e o avanço do latifúndio, entre outros fatores, têm levado a piorar essa situação. Por outro lado, a cobertura da imprensa tem tratado basicamente de desfechos de conflitos, geralmente marcados por violência. Portanto, é imprescindível compreender melhor o que está acontecendo e fazer prognósticos. Para que isso ocorra, os jornalistas e a imprensa maranhense têm uma enorme responsabilidade. A conversa com esse ícone das lutas em defesa das populações tradicionais no Brasil pode contribuir nesse rumo.
4 – Coletiva de Imprensa – QUANDO E ONDE
DIA 30/05/2017 (TERÇA-FEIRA), 9h.
LOCAL: Auditório Ribamar Carvalho – próximo à SEDE ADMINISTRATIVA DA APRUMA – SEÇÃO SINDICAL DO ANDES-SN – ÁREA DE VIVÊNCIA DA UFMA – CAMPUS DO BACANGA