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Assembleia elege representantes para 62º Conad e aprova consignas que orientam política do Andes na atual conjuntura

A Assembleia Geral realizada pela APRUMA no último dia 6 de junho no Campus do Bacanga serviu para que os docentes debatessem e decidissem sobre quais os temas serão defendidos nas consignas do Andes que representem as principais reivindicações da categoria em relação à atual conjuntura do país. Até então, as palavras de ordem eram Fora Temer, Nenhum Direito a Menos – com a revisão, foram englobadas demandas surgidas a partir do aprofundamento da crise do governo.

A professora Cláudia Durans, segunda vice-presidente do Andes e diretora de Dignidade Humana da Apruma, informou a posição retirada em nível de diretoria do Sindicato Nacional sobre o assunto, a ser levada para O 62º Conad, que acontece de 13 a 16 de julho, em Niteroi/RJ. Além da diretoria, as Seções Sindicais devem debater o assunto, como aconteceu durante a Assembleia.

Entre as posições da Diretoria Nacional, a defesa de eleições gerais, para todos os níveis, sobre novas regras. Também o indicativo de manter o enfrentamento ao governo atual e às reformas de modo unificado. A Diretoria Nacional indica, então, como proposições das consignas: greve geral; derrotar as reformas; não à política de conciliação de classes; fora Temer; eleições gerais com novas regras.

A Assembleia, após os informes, passou a debater as orientações.

Para Welbson Madeira, secretário geral da APRUMA, a atual crise conjuntural representa um desgaste de ordem poucas vezes vista sobre o aparelho de Estado, cuja legitimidade é questionada, agora, não apenas sem relação ao Executivo e ao Legislativo, mas também ao Judiciário. O professor Flávio Farias corroborou com suas palavras em relação à” crise generalizada que toca particularmente ao Estado”.

Os maiores debates deram-se em torno da questão de se as consignas propostas pela Diretoria Nacional deveriam ou não ser alteradas para fazer constar o mote das “Diretas Já”.

Para Welbson, a indicação sobre eleições, além de gerais, devem se dar em torno de um programa. A professora Ilse Gomes, por sua vez, acredita que é no processo de mobilização que se vai construindo o programa. Ela aponta que a direita conservadora está articulando uma alternativa em caso da queda de Michel Temer para garantir as reformas. “Cabe a nós, nesse momento, colocar o que nos unifica, o que é importante destruir e derrotar: derrotar a agenda conservadora e garantir o avanço das forças dos trabalhadores”, afirmou.

Para a professora Ilse Gomes, “o que nos fragiliza é a divisão. Ou a gente se unifica para pautar nosso discurso, ou a direita o faz. É importante o resgate das ‘Diretas Já'”, destacou.

“Temos como ponto central a luta contra as reformas. Tem ocorrido nas ruas um processo de mobilização que tem se fortalecido. Tenho certeza que a (greve geral marcada para) do dia 30 será ainda maior”, disse Claudio Mendonça, secretário de Relações Sindicais da APRUMA.

Saulo Pinto, tesoureiro da APRUMA, também classificou como fundamental a luta contra as reformas, destacando que isso não significa não defender a consulta popular (através das eleições). Para ele, “precisa-se ter uma posição que dialogue com o povo”. Não há, em sua análise, contradição em lutar contra as reformas e a posição em torno das Diretas Já.

Cláudia Durans, por sua vez, também ressaltou a disposição dos trabalhadores em se mobilizar. Para ela, entretanto, o mote das Diretas Já não resolve a questão: “Eleições gerais sobre novas regras melhora um pouco”, destacando que, para ela, é preciso estabelecer esses critérios nas reivindicações.

A professora Joana Coutinho enfatizou que não se pode aceitar os acordos que estão sendo feitos nas cúpulas dos poderes em torno de eleições por via indireta: “Aceitar uma eleição indireta via Colégio Eleitoral seria deseducar a população”.

Antonio Gonçalves, presidente da APRUMA, complementou, apontando que eleições indiretas abrem “espaço para aventureiros”. Sobre as consignas, disse: “não podemos nos descolar da classe (trabalhadora), e colocá-las num grau de abstração tal que não sejam compreendidas”. Assim, defendeu que seja apontado, de forma objetiva: Fora Temer e as reformas, eleições gerais e Diretas Já.

Findados os debates, colocou-se em votação, sendo aprovada a orientação da diretoria nacional mas sem prejuízo de alterações, com a inclusão das Diretas Já.

GREVE GERAL

Presente à Assembleia Geral, o coordenador da CSP-Conlutas, Saulo Arcangeli deu informes sobre os preparativos para NOVA GREVE GERAL.

Ele destacou a reunião do último dia 5 de junho, quando foi aprovada a Greve Geral para o dia 30 de junho, além de mobilizações no próximo dia 20 rumo à greve.

Para essa data preparatória (dia 20), devem ser convocados atos, assembleias, e panfletagens, como as que já vêm sendo feitas, alertando para as ameaças contidas nas reformas. Saulo informou que ações conjuntas das centrais sindicais e movimentos sociais e estudantis já distribuíram, pelo Estado, mais de 140 mil panfletos. Além disso, deverão ser veiculados pelo Maranhão mais de 60 outdoors denunciando parlamentares que vêm votando contra os trabalhadores.

O coordenador lembrou ainda o forte enfrentamento feito no Distrito Federal por ocasião do OcupaBrasília  e a defesa feita pela CSP-Conlutas da greve geral de 48h, tendo sido aprovado apenas o dia 30, no qual deve ser jogada ênfase agora. A Central também realiza nesta quinta-feira, 8, às vésperas da reunião de sua Coordenação Nacional em São Paulo, a Plenária Popular e Operária, da qual participará Inaldo Gamela, uma das vítimas dos ataques ao povo Gamela do Maranhão ocorridos dia 30 de abril.

O professor Vilemar Gomes da Silva destacou a importância da greve geral, posto que “as setorizadas não estão dando conta nessa conjuntura”.

Durante a realização da Assembleia, Antonio Gonçalves informou que, naquele momento, a reforma trabalhista avançava na Câmara, tendo sido aprovada na Comissão de Assuntos Econômicos (faltam agora apenas duas comissões antes de ir ao Plenário da Casa), reforçando a necessidade dessa luta – a reforma trabalhista estava ainda prevista para ser apreciada nesta quinta-feira, 8, na Comissão de Assuntos Sociais, mas, por pressão da bancada de oposição a Temer, a análise foi adiada para a próxima semana.

62º Conad

Sobre o segundo mais importante evento deliberativo do Andes no ano, que acontecerá de 13 a 16 de julho em Niteroi/RJ, foi feita a eleição de representantes (sendo um delegado e três observadores).

Antônio Gonçalves foi eleito delegado, tendo como suplente Welbson (primeiro observador), este, por sua vez, seguido por Cláudio Mendonça e Francisca Taveira. Na suplência (para observadores) ficaram Micael Carvalho e Catarina Malcher.

Sede Náutica

Como último ponto da pauta da Assembleia, foi apresentada a situação da Sede Náutica da APRUMA, desde a retomada do espaço em 2016, a necessidade de reformas visando à diminuição de riscos para a segurança dos frequentadores e a contratação de funcionários para monitorar a área, com a indicação da Diretoria da Seção Sindical de constituição de uma comissão que analise todos esses aspectos para apresentação de um parecer a ser discutido em nova Assembleia.

Assim, passou-se à indicação de nomes para compor a Comissão, tendo inicialmente sido indicadas as professoras Catarina Malcher, Célia Mota e Francisca Taveira e o professor Welbson.

Finalmente, foram dados informes sobre atividades de alguns dos Grupos de Trabalho: o GTPCEGDS realizará encontros nacionais em agosto na cidade de Pelotas/RS, como o Seminário Internacional Integrado, o 3º Seminário de Mulheres, o 2º Seminário Nacional de Diversidade Sexal e 2º Seminário de Reparação e Ações Afirmativas.

Já o GTSSA realiza, em São Luís, seu Seminário Nacional na segunda quinzena de setembro.

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