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Julgamento de Lula: Diretoria do Andes e 37º Congresso posicionam-se sobre o assunto; veja mais sobre o Congresso

Na última sexta-feira, 19, a Diretoria do Andes-SN, em reunião preparatória ao 37º Congresso Nacional que teve início nesta segunda-feira, 22, e que prossegue até o próximo sábado, 27, em Salvador/BA, manifestou-se sobre o julgamento do ex-presidente Lula, marcado para acontecer, em segunda instância, no Tribunal Regional Federal da 4ª Região, com sede em porto Alegre/RS, nesta quarta-feira, 24, e que pode resultar na inviabilidade de sua candidatura à presidência. Diz a Nota:

“Como já denunciamos no 61º CONAD, compreendemos que na atual conjuntura explicita-se e aprofunda-se o alinhamento político entre os poderes executivo, legislativo, judiciário e a grande mídia, com destaque para a ação do Supremo Tribunal Federal (STF), ampliando-se para segmentos do Ministério Público e da Polícia Federal, que demonstram total subordinação aos interesses políticos dos representantes do capital.

Reconhecemos a celeridade e a seletividade da justiça em condenar Lula, ao mesmo tempo em que nega a investigação de políticos de partidos burgueses tradicionais como os representantes do PSDB e do próprio Temer. Sabemos, ainda, que essa seletividade é muito mais perversa para o conjunto da classe trabalhadora, como no caso de Rafael Braga. A celeridade, um princípio necessário à justiça, não pode ser usada casuisticamente, no caso de Lula, mas deveria se aplicar a todos os casos, em especial aos de desvio de verbas públicas e nos processos que reivindicam direitos dos trabalhadores. Sabemos que o que está em jogo é o processo de disputa eleitoral em 2018.

A condenação de Lula, seletiva e com fins eleitorais, se confirmada em segunda instância, é mais um ataque às poucas liberdades democráticas conquistadas e pode servir para o aprofundamento da criminalização das lutas sociais. Posicionar-se contra a seletividade da justiça que, neste caso, pode inviabilizar a candidatura de Lula, reafirma a histórica postura do nosso Sindicato em defesa da democracia. Isto não significa, nem pode resultar em apoio a qualquer candidato/a no pleito eleitoral de 2018. Ao contrário, o ANDES-SN deve se manter autônomo e independente de partidos, governos, religiões e reitorias e reafirmar a necessidade de construção de uma alternativa classista dos/das trabalhadores/as, a qual não pode ser assumida nem pelo neoliberalismo, nem pela sua variante da conciliação de classe.

Para a construção de um projeto que interesse aos/às trabalhadores/as, é necessário avançar no processo de reorganização da classe, na luta para derrotar as contrarreformas, em especial a da previdência, e revogar de imediato as já realizadas. Para isso, é necessário nos mantermos mobilizados/as e nas ruas, convocando nossa categoria a dar respostas contundentes aos retrocessos, defender, preservar e avançar na construção da democracia, barrar todo e qualquer tipo de autoritarismo e construir um projeto estratégico para a classe.

Para derrotar os retrocessos, a contrarreforma da previdência, a justiça seletiva e as arbitrariedades, é necessário fortalecer as múltiplas lutas que estão acontecendo e reafirmamos a necessidade de uma nova greve geral no primeiro semestre de 2018, junto com as centrais sindicais e movimentos sociais, e ampliar a mobilização dos/as trabalhadores/as.

Salvador, 19 de janeiro de 2018

Diretoria do ANDES – Sindicato Nacional”

37º Congresso do Andes-SN

Já os mais de 550 delegados do 37º Congresso do Andes também se manifestaram sobre o assunto, logo no primeiro dia do evento. Eles aprovaram a seguinte Moção contra a seletividade da Justiça no julgamento do ex-presidente Lula:

“O 37º Congresso do ANDES–Sindicato Nacional, reunido na Universidade do Estado da
Bahia, em Salvador, vem se manifestar sobre o julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva marcado para ocorrer em segunda instância no TRF4 no próximo dia 24 de janeiro.
Como o sindicato já denunciou no 61º CONAD, na atual conjuntura explicita-se e aprofunda-se o alinhamento político entre os poderes executivo, legislativo, judiciário e  a grande mídia, com destaque para a ação do Supremo Tribunal Federal (STF), ampliando-se para segmentos do Ministério Público e da Polícia Federal, que demonstram total subordinação aos interesses políticos dos representantes do capital.
Salta aos olhos a celeridade e a seletividade da justiça em condenar Lula, ao mesmo tempo em que nega a investigação de políticos de partidos burgueses tradicionais como os representantes do PSDB e do próprio Temer. Sabemos, ainda, que essa seletividade é muito mais perversa para o conjunto da classe trabalhadora, como no caso de Rafael Braga. A celeridade processual sem prejuízo de defesa, um princípio  necessário à justiça, não pode ser usada casuisticamente, tal como no caso de Lula, mas deveria se aplicar, a todos os casos, em especial aos de desvio de verbas públicas e  nos processos que reivindicam direitos dos trabalhadores. Sabemos que o que está em jogo é o processo de disputa eleitoral em 2018.
A condenação de Lula, seletiva e com fins eleitorais, se confirmada em segunda  instância, é mais um ataque às poucas liberdades democráticas conquistadas e pode  servir para o aprofundamento da criminalização das lutas sociais. Posicionar-se contra a seletividade da justiça que, neste caso, pode inviabilizar a candidatura de Lula, reafirma a histórica postura deste Sindicato em defesa da democracia. Isto não significa nem pode resultar em apoio a qualquer candidato/a no pleito eleitoral de 2018. Ao contrário, o ANDES-SN deve se manter autônomo e independente de partidos, governos, religiões e reitorias e reafirmar a necessidade de construção de uma  alternativa classista dos/das trabalhadores/as, a qual não pode ser assumida nem pelo  neoliberalismo, nem pela sua variante da conciliação de classe.
Para a construção de um projeto que interesse aos/às trabalhadores/as, é necessário avançar no processo de reorganização da classe, na luta para derrotar as contrarreformas, em especial a da previdência, e revogar de imediato as já realizadas. Para isso, é necessário nos mantermos mobilizados/as e nas ruas, convocando nossa  categoria a dar respostas contundentes aos retrocessos; defender, preservar e avançar na construção da democracia; barrar todo e qualquer tipo de autoritarismo e construir um projeto estratégico para a classe.
Para derrotar os retrocessos, a contrarreforma da previdência, a justiça seletiva e as arbitrariedades, é necessário fortalecer as múltiplas lutas que estão acontecendo e reafirmamos a necessidade de uma nova greve geral no primeiro semestre de 2018, junto com as centrais sindicais e movimentos sociais, e ampliar a mobilização dos/as  trabalhadores/as.
Salvador, 22 de janeiro de 2018
Plenária do 37º Congresso
ANDES–Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior”
 .
Tema central das lutas do Sindicato para 2018
Logo no primeiro dia do 37º Congresso, foram abordadas as contrarreformas impostas aos trabalhadores pelo governo de Michel Temer e as retiradas de direitos promovidas pelos governos anteriores e suas consequências para o setor da educação; os ataques promovidos pelos governos estaduais; a situação dos trabalhadores aposentados e pensionistas; a necessidade de construção de uma nova greve geral para barrar a Reforma da Previdência, e ainda o papel do Sindicato Nacional nesses processos e a participação em diversas lutas e ações de resistência contra os retrocessos. Foi destacada, também, a situação dos trabalhadores na América Latina.

Após mais de cinco horas de debates, os delegados aprovaram, como centralidade da luta do Sindicato Nacional para 2018: “Fortalecer a unidade de ação com os setores dispostos a barrar e revogar as contrarreformas. Construir as lutas e a greve do funcionalismo público federal, estadual e municipal em defesa da educação e dos serviços públicos e da garantia de direitos, rumo a uma nova greve geral. Fora Temer. Nenhum direito a menos”.

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