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Apruma participa da luta em defesa do Cajueiro, em São Luís

Na última sexta-feira, 16 de março, militantes sociais se mobilizaram juntamente com moradores da comunidade tradicional do Cajueiro, em São Luís, para protestar contra o lançamento da pedra fundamental do porto que a empresa WTorre pretende construir no lugar onde hoje está assentada parte da comunidade.

As consequências para a Ilha de São Luís constantes do Relatório de Impacto Ambiental do empreendimento vão desde a supressão de área de mangue, como já vem acontecendo, como o comprometimento de espécies da fauna e da flora e acirramento da questão social advinda das alterações provocadas pelas obras do porto.

Além disso, o empresário Walter Torre Júnior, dono da WTorre, está comprometido em várias investigações policiais que já resultaram num acordo em que ele teve de desembolsar meio bilhão de reais para não ir preso. Ainda assim, o governo do Maranhão apoia cada vez mais fortemente o empreendimento, a ponto de comparecer à parte da programação de lançamento da pedra fundamental num hotel luxuoso de São Luís, onde foi servido lagosta, camarão e bebidas finas. Aguardado, Michel Temer não compareceu.

Enquanto a cúpula do governo se reunia no hotel com os investidores do controverso porto, moradores do Cajueiro protestavam juntamente com movimentos sociais e sindicais nas proximidades da área já desmatada, onde ocorreria a cerimônia final de lançamento da pedra. O protesto resultou no impedimento de boa parte da cerimônia no local, que teve de transcorrer de modo rápido e atabalhoado, longe da festa prevista pelos empresários, não levando mais que 15 minutos toda a cerimônia no local.

A Apruma se fez representar no protesto no Cajueiro, reafirmando seu apoio à comunidade, como lembrado, na ocasião, pelo professor Micael Carvalho, diretor de Relações Sindicais e Populares da Apruma, presente à manifestação.

O processo segue cheio de irregularidades, e os manifestantes comprometeram-se a seguir na luta contra o caos socioambiental que representa a tentativa de construção do empreendimento. A luta segue, dado o grau de comprometimento a direitos que a obra provoca (direitos humanos, direito ao meio ambiente, segurança portuária, patrimônio histórico e ambiental etc), o que torna a probabilidade de novos embargos ao empreendimento cada vez maior, tanto no campo da luta popular direta quanto em seus aspectos jurídicos, e com consequências inclusive internacionais.

Cajueiro resiste!

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