Aos 350 dias sem resposta à execução da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes no Rio de Janeiro, a imprensa divulgou que ao menos cinco vazamentos de informações para milícias vêm sendo investigados naquele Estado. Eles teriam ocorrido nos últimos quinze meses, podendo o último dele ter acontecido no dia 14 deste mês.
Entre os vazamentos, o repasse de informações para Adriano da Nóbrega, ex-capitão do Bope (Batalhão de Operações Especiais da PM do Rio de Janeiro), principal suspeito dos assassinatos de Marielle e Anderson, que até hoje seguem sem solução: Adriano, que teve mãe e esposa lotadas no gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio (ALERJ), está foragido da justiça.
Adriano da Nóbrega é também suspeito de envolvimento da chacina da Via Show (quando quatro jovens foram encontrados mortos no estacionamento de uma casa de shows em São João de Meriti, na Baixada Fluminense em 2003), e recebeu homenagem da Assembleia por indicação de Flávio que, por sua vez, credita a indicação ao seu ex-motorista Fabrício Queiroz, suspeito de movimentações financeiras irregulares (entre elas, depósito de 24 mil reais na conta de Michele Bolsonaro, esposa do presidente).
A divulgação nesta quarta-feira, 27, de que vazamentos de informações estariam acontecendo de dentro do sistema de segurança pública do Rio para milicianos, comprometendo inclusive a elucidação da execução de Marielle e de Anderson e a punição dos envolvidos – estes próximos a pessoas hoje muito poderosas – deve fortalecer o grito das ruas no próximo 8 de Março.
Nessa data, lideradas pelas mulheres, multidões devem exigir resposta a esse crime político, além de reivindicarem políticas concretas de enfrentamento à violência contra a mulher, ao machismo e ao feminicídio crescente e um basta à perseguição ao povo pobre – nesse sentido, deve ser questionado também o tal pacote anticrime do ministro Moro que, nesse contexto de proximidade entre poderosos e milicianos, soa como um salvo conduto para que estes últimos possam continuar a praticar crimes, especialmente nas periferias, sem serem incomodados: qualquer ação política que resulte nesse tipo de suspeita deve ser alvo de sério questionamento por parte da sociedade.
Nesse sentido, a Nota da Diretoria do Andes emitida no último dia 25 (veja link abaixo), na qual expõe o grave quadro da violência à mulher, deve ter seu chamado atendido pelas professoras e pelos professores:
#8M
#NemUmaAMenos
#VivasNosQueremos
#GreveInternacionalDeMulheres
Confira a Nota da Diretoria do Andes “Nenhuma A Menos: Basta de Violência Contra a Mulher” no link:
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