A 64ª edição do Conad, realizada este mês em Brasília, contou com mais de 230 representantes de 64 seções sindicais, que deliberaram sobre assuntos relativos à luta do Sindicato.
A plenária aprovou a atualização da luta pelos direitos da classe trabalhadora, da educação pública e gratuita e pelas liberdades democráticas. Também foi aprovado o fortalecimento da luta contra a reforma da previdência do governo Bolsonaro e do congresso.
Ainda, ficou decidido impulsionar a participação das seções sindicais no Fórum Sindical Popular e de Juventudes por Direitos e Liberdades Democráticas, fortalecendo a Frente Nacional da Escola sem Mordaça, impulsionando a sua construção nos estados e municípios.
Outra deliberação foi a decisão de convocar, em conjunto com a Coordenação Nacional das Entidades em Defesa da Educação Pública e Gratuita (Conedep), o IV ENE, em 2021. Ainda, foram abordados os temas relacionados à política de questão de gênero e diversidade sexual, ciência e tecnologia, comunicação e arte, ajudando na atualização do plano geral de luta.
Por fim, também foi tratado o mais recente ataque do governo de extrema-direita à educação pública através do “Future-se”, que visa a atacar Universidades, IFs e CEFETs, através de uma falsa “autonomia financeira”.
Greve Nacional da Educação
Nesse contexto, uma das principais deliberações foi a determinação para consolidar a Greve Nacional da Educação, em ampla unidade com as demais entidades da educação. A paralisação está marcada para acontecer no dia 13 de agosto e foi convocada inicialmente pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), juntamente com outras entidades representativas da classe e está incorporada ao calendário da Central Sindical e Popular (CSP-Conlutas).
Em São Luís, várias plenárias unificadas vêm construindo esta mobilização, com grande ato marcado para a tarde do dia 13 na Praça Deodoro, centro da capital maranhense.
Na avaliação de Antonio Gonçalves, presidente do ANDES-SN, este é um importante meio para catalisar a construção de uma nova greve geral no país, a exemplo do que aconteceu no dia 14 de junho. ‘‘Travamos uma intensa luta em defesa da educação pública e da seguridade social. Para barrar este governo nefasto, já contribuímos em movimentos como o 15M, o 30M, o 14J e o grande ato na última sexta-feira, 12. Estamos nos somando às entidades da educação para a construção do 13 de agosto. É um gesto muito importante para construir a unidade tão necessária na atual conjuntura do país’’, destacou Antonio.
Plano de Lutas dos setores
O Conad aprovou convocar as seções sindicais para reunião do setor das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) dias 27 e 28 de julho deste ano para analisar a proposta de reforma universitária e a proposta de greve da categoria.
O plenário do 64º Conad também aprovou que as seções sindicais avaliem suas participações na Marcha das Margaridas, no dia 14 de agosto. O plenário decidiu que a participação do ANDES-SN nas próximas edições da Marcha será um assunto encaminhado para discussão nos Grupos de Trabalho de Políticas de Classe Para Questões Étnico-Raciais, de Gênero e Diversidade Sexual (GTPCEGDS) e de Trabalho Política Agrária, Urbana e Ambiental (GTPAUA). Os novos itens acrescentados ao plano de lutas do setor de IFES ainda incluem a possibilidade de greve da categoria e o fortalecimento, junto às seções sindicais, da luta pelo reajuste salarial definido em parceria com o Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe).
Na avaliação da secretária-geral do ANDES-SN, Eblin Farage, as deliberações foram positivas e vão orientar a diretoria do sindicato no cumprimento de suas atividades. “O apontamento de indicar às bases a necessidade de discutir a construção da Greve Nacional da Educação, em especial no setor das IFES, foi um dos pontos altos deste momento por conta do conjunto de ataques que o nosso setor vem sofrendo do governo federal. Algumas universidades já não apresentam mais a possibilidade de funcionarem durante o segundo semestre. O governo anuncia um projeto de contrarreforma universitária e é necessário que a categoria reaja à altura”, afirma.
Eblin também reforça que as determinações do Conad foram essenciais para as organizações estaduais e municipais. “O consenso fortalece a luta dentro das Unidades Federativas (Ufs) e permitirá que as nossas seções sindicais possam enfrentar governos que contribuem para o desmonte da educação pública e gratuita”, acrescentou.
Com informações do Andes-SN