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Contra o derramamento de sangue, em defesa dos “Guardiões da Floresta”: Nota da APRUMA – Seção Sindical do ANDES – SN

Os povos originários, desde a invasão colonial lutam em defesa da terra e do território, que é também uma constante defesa da vida. A resistência é cotidiano destes povos que sofrem com cada “corpo” que sangra, mas também que se revolta com cada gota ceifada em nome do “desenvolvimento”.

O Brasil, historicamente, comete genocídio sistemático contra indígenas, quilombolas e demais grupos considerados subalternos. Há, portanto, um projeto de extermínio em favor dos grandes projetos do capital para a exploração e devastação feroz dos espaços ainda preservados por estes guardiões.

Se aprofundam, na atual situação política brasileira, as estatísticas repugnantes de violações. O mapeamento de casos no Brasil feitos pelo Conselho Indigenista Missionário (CIMI), publicado no Relatório de Violência contra os Povos Indígenas do Brasil (2018), apontou o crescimento de 22,7% de assassinatos. A pesquisa também mapeou invasões de terras indígenas, exploração ilegal de recursos naturais e danos diversos ao patrimônio dessas populações.

No último dia 01, na Terra Indígena Arariboia, no município de Bom Jesus das Selvas, Maranhão, tivemos mais um episódio de crueldade. Paulo Paulino Guajajara foi assassinado por madeireiros. Na mesma ação sanguinária, Laércio Souza Silva foi também vítima, estando com graves ferimentos.

“Guardiões da Floresta” é um grupo formado por cerca de 180 indígenas que protegem a região por conta própria. A autodefesa faz parte da luta incansável de todos os povos que resistem para existir. É uma ação tradicional contra invasões e outras violências de grileiros e madeireiros.

A APRUMA, como sindicato classista, possui como um dos objetivos a luta por amplos direitos sociais, em conjunto com movimento sindical e popular autônomo e classista, inclusive com política de solidariedade de classe.

Repudiamos todo tipo de violência aos direitos das comunidades tradicionais, operacionalizando a extinção indígena como um planejamento que sustenta este sistema desigual e explorador. Repudiamos também a omissão e morosidade do direito constitucional da demarcação de terras indígenas. É importante que haja apuração dos casos e que sejam tomadas medidas que garantam justiça a estas cenas de barbárie. Nos solidarizamos com o povo Guajajara e demais guardiões da floresta que têm o luto como verbo cotidiano.

Convocamos, dessa forma, à participação no “Seminário Etnogênese: Somos sementes teimosas: povos insurgentes no Maranhão”, que acontecerá nos próximos dias 06 e 07 de novembro, oportunidade em que se poderá conhecer mais de perto a realidade dos povos indígenas (acesse o link).

Diretoria da APRUMA 2018-2019

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