A greve nacional dos petroleiros chega, nesta terça-feira, 18, ao seu 18º dia, mobilizando 21 mil trabalhadores em mais de 120 unidades do Sistema Petrobras. Uma resposta robusta da classe à tentativa de perseguição – na noite desta segunda-feira, 17, o ministro Ives Gandra – ex-presidente do TST, reconhecido por uma gestão que atentava contra a própria Justiça Trabalhista que presidia quando Temer impôs a reforma trabalhista que Gandra defendeu pessoalmente – decretou monocraticamente a ilegalidade do movimento impondo multa de mais de R$ 250 mil em caso de continuidade. Em vez de recuo, o movimento segue firme, e as representações sindicais recorrerão da decisão.
Além da perseguição político-jurídica ao movimento, a mídia, que até então vinha escondendo a greve, de repente passou a noticiá-la – claro que de forma negativa. A decisão de Gandra ganhou destaque, além de textos que tentam mostrar o movimento como tentando ser “sequestrado por uma esquerda desorientada”. Isso porque a greve vem recebendo apoio – e não apenas dos setores de esquerda, mas vem ganhando adesão social, o que enche de temor os defensores das privatizações e de uma política de preços na Petrobras que atenta contra a sociedade. Prova desse apoio foi a permanência da hashtag (citação) #SomosTodosPetroleiros entre os assuntos mais comentados do Twitter na tarde da última sexta-feira, 14.
Marcha Nacional e Solidariedade de Classe: professores das universidades apoiam movimento
Na tarde desta terça-feira, a partir das 16h, em frente à sede da Petrobras, no Rio de Janeiro, acontece a Grande Marcha Nacional Em defesa do Emprego, da Petrobras e do Brasil. A previsão é que o movimento seja abraçado por setores mais amplos da sociedade, contribuindo ainda mais para coibir o isolamento dos petroleiros e demonstrar solidariedade de classe. Para a ocasião, está sendo difundida a hashtag #EuApoioAGrevePetroleira.
Os participantes do 39º Congresso do Andes, realizado em São Paulo no início do mês, divulgaram três notas de apoio ao movimento, destacando “irrestrita solidariedade à(o)s trabalhadore(a)s petroleiro(a)s em greve desde o último dia 1º de fevereiro. Ademais, manifestamos nosso repúdio à decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que determinou bloqueio das contas dos sindicatos de trabalhadore(a)s da Petrobras e liberou contratações temporárias, como tentativas de intimidar e perseguir o(a)s trabalhadore(a)s grevistas”.
Os docentes também manifestaram, nas notas, apoio à greve contra as demissões e o fechamento da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná, que foi o estopim do movimento. Também destacaram o fato de a Greve Nacional ser um movimento de Soberania Nacional e contra o desmonte da Petrobras expresso no fechamento de unidades, a privatização de refinarias e no ataque aos direitos do(a)s trabalhadores e trabalhadoras petroleiro(a)s. “Dito isto, o ANDES-SN apoia e se junta a ampla solidariedade já manifestada por sindicatos e movimentos populares, que deve ser intensificada”, ressaltaram.
Quadro da Greve
Quadro nacional da greve – 18/02
21 mil petroleiros mobilizados em 121 unidades do Sistema Petrobrás
58 plataformas
11 refinarias
24 terminais
8 campos terrestres
8 termelétricas
3 UTGs
1 usina de biocombustível
1 fábrica de fertilizantes
1 fábrica de lubrificantes
1 usina de processamento de xisto
2 unidades industriais
3 bases administrativas
A greve nos estados
Amazonas
Campo de Produção de Urucu
Termelétrica de Jaraqui
Termelétrica de Tambaqui
Terminal de Coari (TACoari)
Refinaria de Manaus (Reman)
Ceará
Plataformas – 09
Terminal de Mucuripe
Temelétrica TermoCeará
Fábrica de Lubrificantes do Nordeste (Lubnor)
Rio Grande do Norte
Plataformas – PUB-2 e PUB-3
Ativo Industrial de Guamaré (AIG)
Base 34 e Alto do Rodrigues – mobilizações parciais
Pernambuco
Refinaria Abreu e Lima (Rnest)
Terminal Aquaviário de Suape
Bahia
Terminal de Camaçari
Terminal de Candeias
Terminal de Catu
UO-BA – 07 áreas de produção terrestre
Refinaria Landulpho Alves (Rlam)
Terminal Madre de Deus
Usina de Biocombustíveis de Candeias (PBIO)
Espírito Santo
Plataformas: FPSO-57 e FPSO-58
Terminal Aquaviário de Barra do Riacho (TABR)
Terminal Aquaviário de Vitória (TEVIT)
Unidade de tratamento de Gás de Cacimbas (UTGC)
Sede administrativa da Base 61
Minas Gerais
Termelétrica de Ibirité (UTE-Ibirité)
Refinaria Gabriel Passos (Regap)
Rio de Janeiro
Plataformas – PNA1, PPM1, PNA2, PCE1, PGP1, PCH1, PCH2, P07, P08, P09, P12, P15, P18, P19, P20, P25, P26, P31, P32, P33, P35, P37, P40, P43, P47, P48, P50, P51, P52, P53, P54, P55, P56, P61, P62, P63, P74, P76, P77
Terminal de Cabiúnas, em Macaé (UTGCAB)
Terminal de Campos Elíseos (Tecam)
Termelétrica Governador Leonel Brizola (UTE-GLB)
Refinaria Duque de Caxias (Reduc)
Terminal Aquaviário da Bahia da Guanabara (TABG)
Terminal da Bahia de Ilha Grande (TEBIG)
Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj)
São Paulo
Termelétrica Nova Piratininga
Terminal de São Caetano do Sul
Terminal de Guararema
Terminal de Barueri
Refinaria de Paulínia (Replan)
Refinaria de Capuava, em Mauá (Recap)
Refinaria Henrique Lages, em São José dos Campos (Revap)
Refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão (RPBC)
Plataformas – PMXL1, P66, P67, P68 e P69
Terminal de Alemoa
Terminal de São Sebastiao
Unidade de Tratamento de Gás Monteiro Lobato (UTGCA)
Termelétrica Cubatão (UTE Euzébio Rocha)
Torre Valongo – base administrativa da Petrobras em Santos
Terminal de Pilões
Mato Grosso do Sul
Termelétrica de Três Lagoas (UTE Luiz Carlos Prestes)
Paraná
Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar)
Unidade de Industrialização do Xisto (SIX)
Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (FafenPR/Ansa)
Terminal de Paranaguá (Tepar)
Santa Catarina
Terminal de Biguaçu (TEGUAÇU)
Terminal Terrestre de Itajaí (TEJAÍ)
Terminal de Guaramirim (Temirim)
Terminal de São Francisco do Sul (Tefran)
Base administrativa de Joinville (Ediville)
Rio Grande do Sul
Refinaria Alberto Pasqualini (Refap)
[FUP]
Apruma, com informações da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Andes-SN e Folha de SP.
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