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Professora Fátima Félix Rosar: "A educação está sob ataque"

A Aula Aberta “Educação Pública: em defesa da função social da Universidade”, que aconteceu na última quarta-feira, 4 de março, no Campus do Bacanga, reuniu membros da comunidade universitária para ouvir a professora Fátima Félix Rosar discorrer sobre o tema.

A programação, promovida pela APRUMA, faz parte do calendário de atividades com vistas à construção das Mobilizações de Março, a exemplo das Assembleias que acontecem até o próximo dia 12 nas unidades da UFMA.

Por que discutir esse tema?

Essa foi a indagação suscitada pela professora logo no início de sua exposição. Para ela, a resposta é clara: “Porque estamos vivendo em um país em que a educação está sob ataque”.

Soma-se a esse cenário de tentativa de destruição da educação pública, a gritante desigualdade social e a vulnerabilidade das mulheres, por exemplo; a miséria se espalhando pelas cidades, o aumento geral da pobreza, o crescimento pífio da economia, as medidas tomadas contra a saúde, contra a própria educação, como contra a Universidade e contra o Ensino Fundamental.

Como resposta a isso, a luta para manter a qualidade da Educação no Brasil, para manter as universidades públicas, diante de ataques como a PEC do Fundeb e outras medidas (como a Medida provisória que ataca a democracia universitária no tocante à escolha de seus dirigentes).

Para amplificar essa luta, o papel da universidade, sua função social, é ressaltada nesse cenário: “A tarefa de compreender e transformar a realidade”, apontou.

Para Rosar, “Toda a possibilidade de transformar a realidade se encontra nessa chave que é o trabalho coletivo, que tem um vértice, que é o pensamento crítico transformador”. A perspectiva, para ela, portanto, é de construir coletivos, já que “uma andorinha só não faz verão”, lembrou, explicando: “Quer dizer, nada acontece se estamos isolados. Todo mundo está conectado, tudo está articulado. A compreensão dessa articulação é o que pode justamente nos fazer dar um passo adiante”, alertou.

Como ponto-chave dessa questão, a professora cravou: “A função social da Universidade é trabalhar pela transformação social. Ela é mantida com recursos públicos, tem que estar comprometida, portanto, com essa transformação. Se não, está usurpando os direitos dos cidadãos. Quando governantes ameaçam as universidades públicas, temos que nos levantar em sua defesa. Conhecimento é poder, e poder que não alimente tiranos, mas que tenha o conhecimento democratizado, que tenha um projeto de país democrático, (que aponte para) o desenvolvimento dos seres humanos”, enfatizou.

A professora falou ainda sobre democracia.

Para ela, democracia é superar a ordem do capital, disse, citando István Mészáros, filósofo húngaro. “A educação tem que ser para além do capital”, complementou, acrescentando a denúncia: “A vida está sendo mercantilizada!”.

Para superar essa situação, ela pontuou ainda a necessidade de se aprofundar a experiência radicalmente democrática: “Não pode existir Estado Democrático se não estivermos TODOS na condição de cidadãos”. Para tanto, é necessário ter a clareza de onde se quer chegar, de que é esse o horizonte pelo qual se luta. Para contribuir nesse caminho, ela pontuou alguns autores que vêm discutindo o atual cenário brasileiro e que apontam para formas de sua superação. Entre estes intelectuais, a professora destacou os trabalhos da pesquisadora Esther Solano, que vem refletindo sobre a adesão de grupos sociais a um ideário não apenas conservador em aparência, mas totalitário na essência.

A exposição da professora Fátima Félix Rosar pode ser vista no vídeo cujo link pode ser acessado AQUI – necessário efetuar login no Facebook, ou então acessar o vídeo na página da Apruma nessa rede social – www.facebook.com/apruma.secaosindical.

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