A ADUA, Associação dos Docentes da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Seção Sindical do Andes Sindicato Nacional , bem como o próprio Andes, denunciam, desde a semana passada, quando a situação em Manaus ficou completamente insustentável devido ao agravamento do número de casos de Covid19, descoberta de uma nova cepa do coronavírus na região e falta de insumo básico como oxigênio para todos os casos hospitalares no Estado do Amazonas, a grave situação humanitária verificada no Estado, que segue no limite extremo, sem atenção à vida humana, sem fechamento completo por parte das autoridades (lockdown) e com a insistência do ministério da Saúde num inexistente tratamento precoce à base de medicamentos que não são indicados para Covid19.
Confira os posicionamentos A SEGUIR:
ADUA:
Odeio os indiferentes.
A indiferença é o peso morto da história
(Antonio Gramsci)
Neste momento em que a pandemia da Covid-19 grassa em todo território nacional, mas em especial no Estado do Amazonas, trazendo sofrimento e morte em série para a população, sobretudo os empobrecidos e povos indígenas, provocada pela insegurança sanitária e agravada pela omissão e falta de compromisso político dos governantes, a ADUA vem a público para:
01. Solidarizar-se com os servidores da UFAM (técnico-administrativos, professores e alunos) que perderam e continuam a perder parentes e amigos de trabalho de nossa instituição em decorrência da pandemia de Covid-19, ao mesmo tempo em que expressa igual solidariedade à população desassistida pelo Estado em todo o Amazonas;
02. Denunciar a gravíssima omissão institucional das autoridades no âmbito federal, estadual e municipal que, mesmo dispondo de meios e poder, negligenciam, de forma criminosa e injustificável, sua obrigação de garantir à população o direito constitucional à saúde e integridade da vida;
03. Responsabilizar o Estado brasileiro, na pessoa de seu governante maior, por negligenciar e sabotar as medidas sanitárias preconizadas pela Organização Mundial da Saúde para conter a tragédia humana e social da pandemia em curso, cujos efeitos mais devastadores se dão entre os socialmente mais vulneráveis: povos indígenas, população negra e classe trabalhadora, de modo especial os trabalhadores desempregados e os que sobrevivem da informalidade;
04. Declarar que a vida humana tem precedência sobre a economia. Nenhum teto de gastos se justifica diante do genocídio em curso. O Brasil dispõe de reservas financeiras suficientes para garantir renda mínima para sua população enquanto perdurar a fase aguda da pandemia e não se concluir a vacinação. Sem isso será impossível viabilizar as medidas de isolamento social, fechamento (lockdown) e suspensão de atividades não essenciais;
05. Exigir, de forma emergencial: a) vacinação já para todos; b) suspensão imediata das provas do ENEM; c) intervenção temporária, por parte do Estado, para que a estrutura de serviços de saúde da rede privada seja posta a serviço de toda a população e sob o controle do SUS; d) isenção temporária das taxas de água e energia das famílias dos trabalhadores desempregados, subempregados e informais; e) direcionar a estrutura produtiva industrial para o enfrentamento da pandemia; f) renda mínima já;
06. Propor a construção de uma frente emergencial de ação com a presença de movimentos, associações, partidos, igrejas, instituições, sindicatos, centrais sindicais para coletivamente, de forma solidária e classista, enfrentar a pandemia e denunciar a necropolítica da burguesia e ultraburguesia, com seus ataques aos direitos sociais e desmonte dos serviços públicos;
07. Afirmar, por fim, que nossa ADUA, Seção Sindical do ANDES – Sindicato Nacional, não arredará um palmo de sua luta em defesa dos serviços públicos, da educação pública, gratuita, laica, de qualidade e socialmente referenciada. Em memória dos que tombaram na luta, dizemos: INIMIGOS DA VIDA, NÃO PASSARÃO! Esta luta é nossa e de cada indivíduo coletivo.
Diretoria da ADUA – biênio 2020-2022
Manaus, AM, 13 de janeiro de 2021
Andes: Sofrimento do povo amazonense tem responsáveis diretos
O Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior, ANDES-SN, manifesta sua solidariedade à população do estado do Amazonas, que atualmente sofre uma crise sanitária sem precedentes, em decorrência da pandemia da COVID-19.
É importante ressaltar que todo o sofrimento que o povo amazonense vem vivenciando, sobretudo as famílias de menor poder aquisitivo e as populações indígenas e ribeirinhas, com um alto índice de contaminações, internações e mortes, chegando ao cúmulo do esgotamento do estoque de oxigênio nos hospitais do estado (insumo vital para o tratamento contra a doença), têm responsáveis diretos: a necropolítica negacionista, desarticulada, incompetente e criminosa do Governo Federal, chefiada pelo atual presidente da República, o genocida Jair Messias Bolsonaro. O pior mandatário da história do Brasil, na pior crise sanitária dos últimos 100 anos.
Além dos crimes que continuam sendo cometidos por Bolsonaro, o atual governador do estado do Amazonas, Wilson Lima, mostra seu total despreparo e incompetência na tomada de decisões cruciais que poderiam ter salvado milhares de vidas, atolado em denúncias de corrupção e inépcia, com destaque para o caso – que ganhou destaque nacional – da compra pelo governo amazonense de respiradores superfaturados de uma importadora de vinhos. O que rendeu pedido de abertura de impeachment, posteriormente arquivado pela Assembleia Legislativa do estado.
Todos esses elementos e mensagens dúbias das autoridades federais, estaduais e municipais (negando a pandemia, contrárias às medidas de isolamento social, uso de máscara e assepsia preventiva), somadas com as eleições municipais e as festividades de final de ano (com inúmeras aglomerações), colapsaram a saúde do maior estado da região Norte e renderam um saldo fúnebre: mais mortos nesse início de 2021 (1.654) do que as vidas perdidas de abril a dezembro do ano passado (1.285). Um cenário de guerra. O maior já visto no Amazonas.
O ANDES-SN repudia tal situação e se solidariza com as trabalhadoras e trabalhadores amazonenses, endossando o coro dos que exigem ações rápidas e emergenciais das autoridades competentes como:
1) aquisição imediata de oxigênio para o tratamento contra a COVID-19 para toda a população;
2) suspensão imediata das provas do ENEM (ainda sob risco de serem realizadas no próximo domingo – dia 17/01 -, por decisão judicial);
3) intervenção por parte do Estado para que a estrutura dos serviços de saúde da rede privada seja posta a disposição da população amazonense, sob os auspícios do Sistema Único de Saúde (SUS);
4) política de renda mínima no estado;
5) vacinação geral e imediata para toda a população brasileira contra a COVID-19.
Brasília (DF), 15 de janeiro de 2020
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