Hoje, 18 de Agosto, o Maranhão e os camponeses e camponesas de todo o Brasil estão de luto pelo falecimento da grande liderança Manoel Conceição Santos.
Nascido em 1935 na região de Pedra Grande, no Maranhão, Manoel Conceição Santos teve a vida marcada pela luta em defesa da reforma agrária e da garantia de direitos aos que vivem no e do campo.
Nos anos de 1960, na região do Pindaré, iniciou sua militância no movimento sindical rural e no Movimento de Educação de Base (MEB), constituindo-se, a partir de então, uma grande referência da luta camponesa em resistência ao regime militar no país, o que lhe levou à perseguição, à prisão, à amputação de uma perna em decorrência de uma infecção após ser baleado pela polícia e não receber tratamento na cadeia e ao exílio por três anos.
Manoel Conceição contribuiu na organização de entidades dos trabalhadores e, em especial dos camponeses, a exemplo da Central Única dos Trabalhadores (CUT), o Partido dos Trabalhadores (PT) e o Centro de Educação e Cultura do Trabalhador Rural (CENTRU) e diversas organizações camponesas.
Ao longo de sua história, Manoel Conceição recebeu diversas homenagens pela sua luta em defesa dos direitos humanos e da reforma agrária. Em 2010 recebeu o título de Doutor Honoris Causa da Universidade Federal do Maranhão, por meio do Centro de Ciências Humanas e do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais.
Em 2019, foi reconhecido pelo governador Flávio Dino, como personalidade maranhense com direitos violados pela ditadura militar. Em julho de 2020, a Articulação Nacional de Agroecologia também lhe prestou homenagem pelos 85 anos de vida pela sua luta em defesa do campo.
O meu sonho, que tenho assim… desde muitos anos que eu venho perseguindo, é como eu chamo assim: a nossa libertação deste modelo de desenvolvimento capitalista em todos os planos, todos os sentidos; no sentido econômico, no sentido organizacional dos trabalhadores e trabalhadoras, no sentido cultural, no sentido do conhecimento científico e técnico; tá numa sociedade que não vê o trabalhador como uma força de trabalho, mercadoria. (Manoel Conceição)
Só podemos acreditar numa democracia que tenha como base a existência organizada dos trabalhadores como força viva na nação, com seus sindicatos, federações e confederações atuantes, livres dos pelegos e traidores que conciliam abertamente com os patrões e o regime. Para nós, que defendemos um regime democrático é defender a democracia no acesso a terra, é defender uma Reforma Agrária sob o controle dos trabalhadores; é defender a construção da central única dos trabalhadores, é defender eleições livres para cabos, soldados, marinheiros e analfabetos. Quem não empunha estas bandeiras e fala em democracia não está ao lado dos trabalhadores; tenta enganá-los demagogicamente (Manoel Conceição).
Fonte: MANOEL CONCEIÇÃO SANTOS: de camponês a líder político – por Raimundo Lima dos Santos
Mané da Conceição,
presente, presente, presente!!!
Apruma Seção Sindical