Integrantes da diretoria do ANDES-SN estiveram presentes na cerimônia de posse do novo ministro da Educação, Camilo Santana (PT), junto com representantes de outras entidades sindicais, de movimentos sociais e estudantis, educadoras e educadores, governadoras e governadores, ministras e ministros e parlamentares. O senador eleito assumiu o cargo na segunda-feira (2), em Brasília (DF).
Durante a cerimônia, Santana afirmou que os nomes para compor a equipe do MEC seguem em definição, mas duas mulheres já estão confirmadas em sua gestão: a ex-governadora do Ceará, Izolda Cela, anunciada como secretária-executiva da Educação, cargo número dois da Pasta, e a ex-secretária de Fazenda também cearense, Fernanda Pacopahyba, que comandará o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
Em seu discurso, o novo ministro, que também é ex-governador do Ceará, colocou como “prioridade absoluta” a alfabetização na idade certa de crianças do ensino básico. “Vamos imediatamente garantir a qualidade da merenda escolar nas escolas públicas brasileiras. Essa é uma determinação do presidente Lula. E já pedi um levantamento de todas as obras que estão paralisadas, sejam creches, escolas, universidades, campi. Para garantir a retomada imediata dessas obras tão importantes para os jovens e as crianças desse país. Vamos resgatar também a credibilidade do Enem”, disse.
Em relação ao ensino superior, o novo ministro disse que, no caso das universidades, houve o sucateamento dos centros de pesquisa “com visão equivocada, distorcida e de viés ideológico”. Ele concluiu seu discurso com uma frase do educador Paulo Freire – nome bastante criticado durante a gestão Bolsonaro (PL). “Ninguém liberta ninguém. Ninguém se liberta sozinho. Os homens se libertam em comunhão”, citou Santana.
Reunião
O ANDES-SN protocolou também, no dia da posse do titular do MEC, uma solicitação de audiência com o novo ministro para tratar das pautas da categoria docente. “Em particular, ressaltamos a pauta das intervenções. Nós exigimos que essa vitória da democracia se expresse também nas universidades e institutos federais respeitando os processos internos de escolha de reitores e reitoras. Essa é uma pauta muito cara para nós: a defesa da nossa autonomia em todas as suas dimensões”, lembrou a presidenta do Sindicato Nacional, Rivânia Moura.
Rivânia destacou ainda outras demandas – já apresentadas à equipe de transição – que serão levadas pelo Sindicato Nacional ao novo ministro, como a necessidade de recomposição do orçamento da Educação Federal e da Ciência e Tecnologia, da construção de uma carreira única do Magistério Federal, o fim da reforma do Ensino Médio e da BNCC e o arquivamento definitivo do Reuni Digital, e de qualquer pauta semelhante que amplie o ensino a distância nas instituições públicas.
“Esperamos que esse novo ministro possa ouvir e dialogar sobre as nossas reivindicações. Continuaremos em luta pela nossa pauta que é muito necessária e urgente para a reconstrução da educação pública em nosso país. Camilo Santana traz uma larga experiência, em especial, sobre a educação básica, e esperamos que ele possa dar a atenção que merece a educação superior em nosso país. Sabemos que, por muitos anos, a nossa história é marcada pela exclusão do acesso do povo brasileiro ao ensino superior. Isso precisa ser mudado e só ocorrerá com valorização, orçamento e investimento público na área da educação pública”, concluiu a presidenta do ANDES-SN.
Confira aqui a carta encaminhada ao MEC.
*Com informações do ANDES-SN.solici