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“Não há salvação para a democracia que não esteja nas mãos das massas trabalhadoras”, afirma profª Virgínia Fontes em debate

Nesta quinta-feira (25/05), a APRUMA – Seção Sindical promoveu um debate sobre a conjuntura brasileira atual e as implicações para os/as trabalhadores/as da educação. O evento contou com a presença da prof.ª Virgínia Fontes, da Universidade Federal Fluminense, e coordenação da prof.ª Arleth Borges, do departamento de Sociologia e Antropologia da UFMA.

Em sua explanação, a docente apontou os impactos positivos e desafios para a democracia brasileira, diante dos fatos recentes. Ao citar a luta da classe trabalhadora, Virgínia recordou que os movimentos sociais e sindicais foram “brutalmente reprimidos pela violência, tanto pela polícia, quanto pela violência cultural”.

No entanto, segundo a professora, mesmo com o medo instalado, as organizações continuaram na luta. “Esse esforço enorme são primórdios da organização de uma classe trabalhadora difusa e que está sendo golpeada tanto pela violência quanto por outras formas mais sutis, como a atuação empresarial filantrópica, que procura se apresentar como se fosse para ajudar a classe trabalhadora”, explicou.

Outro ponto destacado no debate foi o enfrentamento ao fascismo e a luta pela “recolocação institucional”, uma atitude que, segundo Virgínia Fontes, é de longa duração.

Diante desse cenário, a historiadora apontou alguns desafios para a classe trabalhadora, entre eles, a construção de uma frente ampla de esquerda, mesmo que não seja formal, isto é, não só de partidos, mas de entidades e organizações das mais diversas, para constituir uma conjugação de lutas. “Ela tem que ser a agregação do movimento negro, de mulheres, estudantil, docente, dos sindicatos de trabalhadores, movimentos de trabalhadores de aplicativos, entre outros. É uma conjugação de lutas que só tem desdobramentos se enfrentarem efetivamente a raiz da produção de desigualdade, racismo, machismo e extermínio; que é o capital”, ressaltou.

 NOVO ENSINO MÉDIO: a quem serve?

Ao final, a professora destacou aspectos históricos da Reforma do Ensino Médio. Segundo a pesquisadora, há 40 anos as classes dominantes lutam contra a expansão da educação pública no Brasil, que se expandiu logo depois da constituinte, principalmente para o ensino fundamental. O ensino médio e a educação básica expandiram em menor escala. “Eles eram o espaço por excelência para a educação privada”, enfatizou.

“Não tem limite para a destruição que eles estão fazendo. A atuação empresarial é direta, aberta e escancarada e a nossa luta precisa dizer contra quem estamos lutando. Eles precisam tirar as patas do orçamento público, da educação pública e, portanto, lutar contra o capital é um guia para o enfrentamento que temos que fazer. E isso tentando garantir uma frente de esquerda”, finalizou.

A íntegra do debate está disponível no canal da APRUMA no YouTube.

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