Entidades que atuam em defesa da Saúde pública, estatal e de qualidade, entre elas o ANDES-SN, enviaram uma carta aberta à ministra da Saúde, Nísia Trindade. No documento, questionam a criação de um grupo de trabalho para discutir a fusão de dois hospitais da rede federal e alertam sobre os impactos negativos do processo de privatização dos Hospitais Universitários através da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).
De acordo com o documento, em 22 de dezembro houve uma reunião na reitoria da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), com a presença da ministra, para discutir a proposta de fusão do Hospital Federal dos Servidores do Estado (HFSE) com o Hospital Universitário Gaffrée e Guinle (HUGG), da Unirio. As entidades questionam o fato dessa proposta, que contraria interesses da população usuária do SUS e de trabalhadoras e trabalhadores, não ter sido debatida com movimentos sociais e entidades sindicais.
“Acompanhamos os Hospitais universitários geridos pela EBSERH e nenhum deles apresenta melhorias para a assistência, tampouco para servidores, pelo contrário! As mazelas que acometem as instituições públicas como a falta de financiamento adequado, também recai sobre a EBSERH, pois a fonte de financiamento é a mesma, além de propiciar um ambiente tóxico, com assédio moral e sobrecarga de trabalho”, alertam na carta.
As entidades solicitam a retomada do diálogo, com o Ministério da Saúde, sobre uma proposta que efetivamente possa levar à recuperação da rede federal de hospitais, em sua total capacidade, a qual inclua a realização de concurso público, gestão participativa e conselho gestor nas unidades e pedem a extinção do grupo de trabalho. Lembram, ainda, que tentativas anteriores de contratualizar com a Ebserh, como ocorreu com o Instituto Nacional de Cardiologia em 2015, foram abandonadas pelo repúdio de seus servidores e suas servidoras.
“Não podemos permitir que essa administração, tão saudada por trabalhadores e usuários, seja maculada por políticas equivocadas e perigosas que não encontraram acolhida em nenhuma das instâncias onde a população se faz presente no SUS, bem a falta de sensibilidade no que toca os aspectos democráticos que devem envolver a questão. O programa que elegeu Lula e a garantiu como ministra, versa por um SUS forte, universal, estatal, democrático, com qualidade e equidade! EBSERH, não!”, concluem.
Confira aqui a Carta aberta à ministra da Saúde.
*Com informações do ANDES – SN.