Após cinco dias de intensos debates e deliberações, que atualizaram os planos de lutas do ANDES-SN, o 42º Congresso do ANDES-SN chegou ao fim, na noite de sexta-feira (1). Realizado na Universidade Federal do Ceará (UFC), pela Associação de Docentes da Universidade Federal do Ceará (Adufc – Seção Sindical do ANDES-SN), o Congresso reuniu 632 docentes de todo o país, incluindo delegadas, delegados, observadoras, observadores, convidadas e convidados.
Na plenária de Encerramento, mais de 20 moções foram aprovadas, expressando repúdio contra posturas de violência e crime direcionadas aos povos originários de Manaus (AM), aos ataques de governadores estaduais da Bahia e de Minas Gerais, bem como às investidas do reitor da Universidade Federal do Amapá (Unifap) a docentes. Além disso, foram repudiadas as demissões de trabalhadoras e trabalhadores terceirizados da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), a perseguição à professora Jacyara Paiva na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e apoio e solidariedade à Conadu Histórica, federação que reúne 13 associações docentes do país, diante das políticas de ajuste fiscal de Javier Milei, presidente da Argentina, entre outras moções. Os textos serão revisados e, posteriormente, encaminhados pela secretaria do Sindicato Nacional a seus respectivos e respectivas remetentes e às seções sindicais.
Irenísia Torres de Oliveira, presidenta da Adufc SSind, afirmou que o congresso cumpriu o seu propósito e parabenizou todas(os) as(os) participantes que compareceram ao evento. “Procuramos oferecer as condições adequadas para as nossas discussões, como o espaço, as salas, os equipamentos. Mesmo que não tenham sido as condições ideais, foram as melhores que pudemos oferecer para realizar este congresso na Universidade, que também é nosso local de trabalho. Não faz muito tempo que estávamos aqui com nossos alunos, apresentando painéis, participando de encontros universitários, então queríamos que vocês sentissem um pouco do nosso ambiente aqui na UFC, com suas vantagens e desvantagens, e precariedades também. Vocês sabem a realidade da nossa universidade pública, pela qual tanto lutamos”, disse.
Carta de Fortaleza
Francieli Rebelatto, secretária-geral do ANDES-SN, leu a Carta de Fortaleza, que resume os debates e as resoluções do 42º Congresso, realizado entre os dias 26 de fevereiro e 1 de março. A carta destaca a história de luta e resistência daquelas e daqueles que construíram, e continuam a construir, o estado do Ceará e reivindicam seus direitos enquanto classe trabalhadora. Recorda que a região é uma “terra de luta e resistência de povos indígenas, quilombolas, de lembranças da Seca do Quinze, do Caldeirão da Santa Cruz do Deserto e da resistência do povo sertanejo”.
A aprovação do Plano de Lutas, apresentado no 42º Congresso, foi ressaltada na Carta, assim como “o retorno histórico da ADUFC – nossa anfitriã – e da Adufscar à base do ANDES-SN, além da incorporação do Sindfames e do SinDUnDF, seção sindical que, ao integrar à base do ANDES levou a mudança do nome do nosso setor das Iees/Imes e, agora também, Ides”.
Outro tema destacado no texto foi a discussão sobre a realização ou não de atividades virtuais nos Grupos de Trabalho, que teve ampla discussão e deliberação em defesa da presencialidade, associada à concepção sindical do ANDES-SN. Foi expressiva a entoação dos congressistas: “Eu sou do ANDES-SN, sou radical, eu vou à luta de forma presencial!”, ressaltou a diretora, ao ler a Carta.
Por fim, Gustavo Seferian, presidente do ANDES-SN, reforçou o teor da Carta de Fortaleza ao afirmar a importância da criação das novas seções sindicais do ANDES-SN bem como o retorno de outras à base do Sindicato Nacional. Ele destacou várias lutas, como a greve das e dos docentes na Uespi, a resistência do povo palestino contra o genocídio de Israel, a votação pela construção da greve no Setor das Ifes, a luta da docente e dirigente do ANDES-SN Jacyara Paiva contra a perseguição política, e a presencialidade como forma, por excelência, de organização, articulação e luta.
“Saímos ainda mais fortes e maiores após o congresso, porque operamos a política da unidade em diversas das nossas agendas. Com todos esses importantes registros que construímos nesses dias de partilha, solidariedade, respeito e diferença, é a esperança e a disposição para a luta na paz que serão demandadas de nós, para a construção dessa greve indicada, especialmente aos companheiros e às companheiras do Setor das Federais, é também a memória daqueles e daquelas que tombaram na construção desse sindicato e a necessidade de sempre lembrarmos deles e delas em cada instante das nossas construções, com toda a sua inspiração. Certamente, com uma luta unitária, articulação conjunta e a reafirmação do espírito que construiu esse espaço, triunfaremos no próximo período. Devemos continuar a luta nas ruas e seguir nesse enfrentamento. Eu declaro encerrado o nosso 42º Congresso do Sindicato Nacional”, finalizou.
A mesa da Plenária de Encerramento contou ainda com a presença de Jennifer Webb, 1ª tesoureira do ANDES-SN, e Alexandre Galvão, 2º secretário do Sindicato Nacional.