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XII Marcha da Periferia é lançada durante os atos do dia 10 de novembro

O Dia de Paralisações e Greves convocados pelas centrais sindicais e movimentos sociais, que em São Luís mobilizou bom contingente na região do Bacanga e Centro da cidade no último dia 10, serviu também para o lançamento de mais uma mobilização por direitos: na ocasião, foi feito o chamado para a 12ª edição da Marcha da Periferia, que este ano tem como tema “Abaixo o genocídio negro, o governo Temer e suas reformas“.

A Marcha acontece na próxima sexta-feira, 17, com concentração a partir das 15h, na Praça Deodoro, Centro de São Luís, e todos estão chamados a participar. Nesta terça-feira, 14, haverá mais uma reunião de organização da Marcha: será às 19h, na sede do Sindicato dos Bancários do Maranhão, na rua do Sol, Centro de São Luís. A reunião de organização também é aberta à participação.

Ainda como programação do Novembro Negro, acontece, na sequência da Marcha, o  28 Festival de HIphop ZUMBI.

Como explicou Preta Lu, do Movimento de Hip Hop Quilombo Urbano, durante o ato do dia 10, a Marcha da Periferia começou no Maranhão, e hoje tem edições realizadas por todo o país, denunciando o genocídio do povo negro nas favelas e a situação de abandono de parcelas da população, como indígenas, camponeses e quilombolas que participam da mobilização, além dos trabalhadores com seus direitos ameaçados governos após governos. Daí porque, a exemplo do dia 10 de novembro, é imprescindível que todas e todos participem nesta sexta-feira.

Dia 10

No último dia 10, foram realizados atos e greves por todo o país. Em São Luís, a concentração teve início por volta das 5h em frente à Barragem do Bacanga. Perto das 9h, todas e todos saíram em passeata, que se concentrou num dos pontos mais movimentos da cidade, na rua das Cajazeiras, em frente ao supermercado da Rede Mateus, onde estudantes, participantes de movimentos sociais, sindicatos, centrais, e indígenas Gamella, que participaram da ação, denunciaram a retirada de direitos, a falta de demarcação de terras, a exploração de comerciários, servidores públicos, sindicatários, professores, entre outras categorias. A mobilização se dispersou depois das 11h, mas à tarde várias categorias, em atendimento ao chamado para a a greve nessa data, seguiram com a paralisação de suas atividades. Além da concentração geral, houve também atos dos bancários à entrada das agências e dos urbanitários na sede da Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema) contra sua privatização e por valorização dos trabalhadores.

Indígenas

Os Gamella, que participaram das mobilizações do dia 10, seguem ocupando, desde o último dia 6, a sede da Funai, em São Luís, juntamente com indígenas Krenyê, Gavião e outros. Reivindicam políticas públicas e demarcação dos territórios. Como a Apruma divulgou, é necessário apoio material aos povos, que podem receber alimentos na ocupação. A Funai fica no bairro do Anil, no mesmo prédio do Incra, na Avenida Santos Dumont, por trás do Pronto Socorro do bairro.

A luta começa a apontar conquistas: foi anunciado nesta segunda-feira, 13, a publicação, para estes dias, da portaria que estabelece o início dos estudos para a demarcação do Território Gamella, na Baixada Maranhense. Esse avanço somente foi possível em razão da luta e persistência do Povo, que passou por episódios de massacre este ano mas não desistiu de lutar por seus direitos. Foi em razão dessa perseverança que os resultados começam a ser percebidos – essa tem sido a história de conquista de trabalhadores e povos atingidos: lutar por seus direitos.

Outro povo que também está em luta é o Krepym, que, juntamente com outros Krenyê ocupam a Unidade Regional de Educação do município de Barra do Corda, no Maranhão. A URE Barra do Corda é a representação da secretaria estadual da Educação naquela região, responsável por educação indígena, objeto da reivindicação dos povos originários.

Como os Gamella, eles necessitam de apoio em suas reivindicações por educação de qualidade, específica e diferenciada. E tal como os Gamella, somente devem conseguir arrancar essa conquista na luta, que deve ser reforçada pela sociedade. Outros povos já têm se somado na solidariedade aos Krepym e Krenyê, como os Canela e os Ka’apoor. Docentes, movimentos sociais e trabalhadores de outras categorias seguem acompanhando e também devem somar ao movimento, solidarizando-se com os povos indígenas.

Aliás, o fato de os direitos somente se concretizarem com luta demonstra a situação de vulnerabilidade a que estão expostas as populações tradicionais e originárias, além dos trabalhadores da cidade, o que aponta para uma unidade que deve ser intensificada, como se viu dia 10.

Essa unidade deve ser reforçada com o Seminário Nacional “desafios atuais das questões agrárias, urbanas, ambientais, indígenas e quilombolas”, que acontece de 23 a 25 de novembro em São Luís (veja detalhes no site).

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