Aconteceu nesta quinta-feira, 27 de junho, mais uma edição da Feira da Resex Tauá-Mirim no Hall do Centro de Ciências Humanas (CCH-UFMA). O evento homenageia a líder comunitária, defensora da natureza, militante e importante voz em defesa da Reserva, Maria Máxima Pires, falecida em dezembro de 2023.
A Feira que teve início a partir das 9h, buscou não só a comercialização de produtos advindos da agricultura familiar (frutas, verduras, hortaliças e legumes,mandioca, milho, temperos , castanhas , mel), artesanato, lanches, refeições e outros produtos, mas trazer dar destaque à batalha das comunidades rurais pela criação da Reserva Extrativista Tauá-Mirim, em defesa da natureza, da segurança alimentar e da vida de toda Upaon-Açu.
Carlene Silva, estudante do curso de História/UFMA, e vendedora de produtos do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) declarou que “é importante que a própria universidade seja esse espaço para trazer visibilidade para os produtos da agricultura familiar, mas também para as famílias que coabitam nesse ecossistema tão necessitado de visibilidade” contou.
O evento contou com o apoio da APRUMA– S. Sind, do Grupo de Estudos: Desenvolvimento, Modernidade e Meio Ambiente (GEDMMA), Associação Agroecológica Tijupá e da UFMA.
XXVI Encontro Nacional de Geografia Agrária
Nesta edição, a Feira integra o XXVI Encontro Nacional de Geografia Agrária – ENGA: “Da Amazônia para o mundo: territórios, diversidades e povos tecendo futuros”, evento que tem buscado ampliar e fortalecer o diálogo entre a academia (pesquisadores, professores, estudantes de graduação e pós-graduação) e os movimentos sociais do campo brasileiro.
A convergência dos dois eventos representa a continuidade e o amadurecimento de um processo de estudos e debates sobre temáticas agrárias, iniciado na década de 1970, quando pesquisadores da Geografia Agrária brasileira se reuniram em um encontro temático com o objetivo de fortalecer esse campo do conhecimento. As atividades serão distribuídas em Conferências, Mesas Redondas, Grupos de Discussão, Trabalhos de Campo, Minicursos, Oficinas, sessões do CINIENGA e atividades culturais, totalizando 45 horas.
De acordo com Horácio Antunes, Professor do Departamento de Sociologia e Antropologia da UFMA e também do Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais, “O encontro da feira, que tem como objetivo destaque à batalha das comunidades rurais pela criação da Reserva Extrativista Tauá-Mirim, com o Encontro Nacional de Geografia Agrária acontecem de simultaneamente como forma de trazer visibilidade para dois eventos tão importantes que compartilham de temáticas intrínsecas aos povos e seus territórios” declara.
Ambos encontros surgem como a possibilidade de facilitar o contato entre público em geral e temáticas existentes, porém pouco desenvolvidas como a própria existência de uma zona rural em São Luís que engloba cerca de 12 comunidades que ainda resistem aos avanços excludentes atrelados ao sistema econômico em vigência.