O 67º CONAD reuniu professores (as) de diversas seções sindicais em Belo Horizonte durante os dias 26, 27 e 28 deste mês. O evento, organizado pelo Sindicato de Docentes do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Sindcefet/MG – Seção Sindical do ANDES-SN), foi um espaço para revisar o plano de lutas, avaliar a conjuntura pós-greve e aprofundar o debate sobre questões raciais e ambientais. Esta edição do Conad teve como tema “Fortalecer o ANDES-SN nas lutas por mais verbas para a educação, salários e em defesa da natureza”.
Análise de conjuntura
Durante o primeiro dia do evento (26), na Plenária de Instalação, antes dos debates de conjuntura, foram aprovados o cronograma e o regimento do 67º Conad, além da composição da Comissão de Enfrentamento ao Assédio. Logo após, a Plenária de Conjuntura fez a análise do atual cenário (nacional e internacional) político, social e econômico, sobretudo nesse período pós-greve.
Em meio aos debates, temas como as guerras, o genocídio do povo palestino em Gaza, a ascensão da extrema direita no mundo, a militarização da vida, das escolas e dos territórios, a crise socioambiental, com a destruição de vidas humanas e não-humanas como reflexo da crise do Capital, foram alguns dos temas comuns apontados pelas análises de conjuntura apresentadas na plenária do Tema 1. Somado a isso, a necessidade de enfrentar os ataques do Capital com unidade na luta entre os(as) docentes, e também com as demais categorias da classe trabalhadora, também foi consenso em muitas das intervenções. Foi reforçada, ainda, a importância da reorganização da classe trabalhadora para construir um projeto capaz de derrotar a ascensão da extrema direita, intensificar a mobilização contra a retirada de direitos e contra o avanço das pautas conservadoras no Congresso Nacional.
No final do dia, os delegados(as) e observadores(as) se dividiram em grupos mistos para discutir os textos de resoluções referentes à atualização dos planos de lutas geral e dos setores do ANDES-SN.
Plano de lutas atualizado
No segundo dia (27), 0s participantes do 67º Conad se dedicaram à atualização do plano de lutas dos Setores das Instituições Estaduais, Municipais e Distrital de Ensino Superior (Iees/Imes/Ides) e das Federais, com base na avaliação das greves ocorridas. Entre 2023 e 2024, 16 universidades estaduais realizaram greves por melhores salários, carreiras, condições de trabalho, concurso público e recomposição orçamentária.
No caso do setor das Ifes, a atualização do plano de luta do setor das Ifes teve como base os acúmulos e conquistas da greve realizada pelas Federais, entre abril e junho deste ano. Os(as) delegados(as) destacaram a continuidade da luta e da pressão para garantia do acordo de greve, especialmente no que diz respeito à Portaria 983, à entrada lateral de docentes, ao orçamento e outros pontos pactuados. Para isso, faz-se necvessária a unidade de luta com os outros setores de Educação, como a Fasubra e o Sinasefe.
Questões organizativas e financeiras
Durante os últimos momentos do Conad, os debates e decisões relacionados à organização interna do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN) e à gestão financeira da entidade deram lugar à aprovação do relatório financeiro do ANDES-SN para o ano fiscal de 2023, apresentado pela diretoria nacional, junto à previsão orçamentária para 2025.
Integração de questões raciais
O evento foi permeado por debates em torno da luta antirracista e a proteção ambiental. Foram aprovadas, por exemplo, uma série de atualizações sobre o combate ao racismo, que serão incorporadas às ações da campanha “Sou docente antirracista” lançada na última quinta-feira (25) pelo ANDES – SN.
Como ação a somar nas discussões ligadas à manutenção da justiça social foram lançadas outras ferramentas a serem utilizadas pelos docentes no combate às injustiças raciais, como explica o Vice-presidente da APRUMA – Seção Sindical do ANDES -SN, também delegado do CONAD: “Na abertura do evento na sexta-feira (26), foi feito o lançamento da Revista Universidade e Sociedade que trata da urgência da luta antirracista nas universidades, institutos e CEFETS. E, todos os debates, falas e discussões realizadas durante o CONAD traziam em comum este recorte”, pontuou.
Os docentes enfatizaram a necessidade de incluir essas temáticas na pauta do movimento docente. A proposta é que a agenda dos docentes vá além das melhorias no setor educacional e também se comprometa com a justiça social e a preservação do meio ambiente.
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