APRUMA – NOTA:
EM DEFESA DO EXERCÍCIO DO LIVRE PENSAMENTO, DA LIBERDADE DE CÁTEDRA: REPÚDIO AO AUTORITARISMO E AO PENSAMENTO ÚNICO, E AO USO DO APARATO ESTATAL PARA CENSURAR A ATIVIDADE ACADÊMICA
A APRUMA – Seção Sindical do Andes-SN que representa os professores da Universidade Federal do Maranhão vem, publicamente, manifestar REPÚDIO à nota do Ministério da Educação contra a oferta de disciplina no âmbito do curso de Ciência Política na Universidade de Brasília.
A inacreditável e inaceitável nota do Ministério, ora comandando por um dos aliados do insustentável governo Michel Temer, afirma que irá acionar todo o aparato possível para que o Estado persiga o fazer acadêmico, alegando que solicitará à “Advocacia-Geral da União (AGU), ao Tribunal de Contas da União (TCU), à Controladoria-Geral da União (CGU) e ao Ministério Público Federal (MPF) para a apuração de improbidade administrativa por parte dos responsáveis pela criação da disciplina na Universidade de Brasília (UnB) por fazer proselitismo político e ideológico de uma corrente política usando uma instituição pública de ensino”.
A própria manifestação do MEC é reveladora da insustentável situação ora vivenciada no Brasil, onde a utilização dos mecanismos do Estado para perseguir inimigos e a quem pense diferente é bradada à luz do dia, como se normal fosse. Não o é, nem pode sê-lo, nem nos calaremos ante a esse cenário cada vez mais nebuloso, e contra o qual seguimos lutando.
Além disso, a manifestação revela a inaptidão do atual mandatário do MEC para estar à frente de uma pasta que combate princípios aos quais é, por força constitucional, obrigado a defender.
Não nos calaremos.
Nossa solidariedade ao professor Luis Felipe Miguel, elaborador da disciplina “O golpe de 2016 e o futuro da democracia no Brasil”.
Nossa solidariedade, neste caso, à universidade de Brasília, que já manifestou seu “compromisso com a liberdade de expressão e opinião — valores fundamentais para as universidades, que são espaços, por excelência, para o debate de ideias em um Estado democrático”.
Que o Estado garanta a autonomia didático-científica assegurada pela Constituição Brasileira, e que, em vez de perseguir quem pense diferente, investigue a ocupação ilegítima de postos em sua estrutura para a promoção violenta do autoritarismo, da censura e da falta de contraditório, inaceitáveis numa sociedade que se pretenda democrática.
São Luís, 22 de fevereiro de 2018
APRUMA – Seção Sindical do ANDES – SN
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