No último dia 13 de maio, Negro Cosme, herói negro popular do levante da Balaida, no Maranhão, “apareceu” no Espetáculo “Diálogo dos Mortos“, que “faz questão de constranger o dia 13, pois sabemos que temos o 20 de novembro para Lembrar da escravidão, para NÃO repetir“, como diz a divulgação do espetáculo, que está à disposição para apresentações de cunho didático.
Nessa atmosfera de enfrentamento e luta que os personagens garantiram à cena, sob responsabilidade do grupo de Teatro do NAAH/S – Núcleo de Atividades para Altas Habilidades e Superdotação (educação pública estadual), apresentou, baseado no livro Cara Preta, de Igor Nascimento, com adaptação de texto e concepção cênica do professor aposentado da UFMA – Luiz Pazine, e direção do professor Edilson Brito.
O espetáculo, que foi concebido baseado na Revolta da Balaiada (revolta popular), mostra um confronto entre Duque de Caxias e Bento Cosme das Chagas ( Negro Cosme), no qual Luís Alves de Lima e Silva (o Duque de Caxias) expressa arrogância, autoritarismo e racismo, diante do Negro Cosme, que por sua vez o enfrenta, e se diverte quando Caxias perde o controle diante da serenidade de Negro Cosme, quando este afirma que o povo precisa ser esclarecido, que teatro não funciona como seu exército e ainda que a morte é serena quando se morre por aquilo que se acredita.
A encenação aconteceu no IEMA, da rede pública, no Centro de São Luís. Em seguida, o grupo foi
visitar a praça do Pantheon (região da Praça Deodoro, no centro da cidade), local onde visitou o busto de Maria Firmina (primeira mulher negra a escrever um romance no Brasil), autora da obra “A Escrava” e da célebre e oportuna frase: “A mente, essa, ninguém pode escravizar“, como bem lembram os participantes do espetáculo (veja as imagens).