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Professora da UFMA alerta para necessidade de rotina ante cotidiano complexo do Covid19

Na última terça-feira, 24, Denise Bessa Leda, psicóloga e professora da Universidade Federal do Maranhão, participou da live da Apruma, que abordou o tema “Covid19, distanciamento social e implicações à saúde mental.

Na ocasião, a professora Denise colaborou com diversas informações no sentido de amenizar a sensação desconfortável pelo distanciamento social, estratégia necessária para conter a disseminação do Covid19.

Entre as orientações, Denise Bessa indicou a necessidade de se estabelecer um mínimo de rotina no cotidiano afetado pela “quarentena repentina” que teve de se abater sobre a população. Nesse caso, as pessoas devem avaliar, no contexto, quais atividades são possíveis de serem mantidas dessa forma no espaço do lar, sem esquecer de levar em conta as dificuldades mais acentuadas para pessoas de maior vulnerabilidade social nesse contexto (espaço diminuto, escassez etc).

Home Office

No caso do trabalho remoto, o ideal é organizar o espaço para trabalhar, buscando também separar o período de trabalho das demais atividades do cotidiano, que se deve buscar manter, como o momento de lazer, mesmo no ambiente doméstico, e tempo para interação com crianças, idosos e demais pessoas.

O trabalho remoto, ainda mais de modo tão repentino, sem que muitos tenham tido tempo para se preparar ou adaptar, pode propiciar a perda do convívio familiar, mesmo com a aproximação física, e causar mais isolamento, sobretudo diante de pressões por metas e produtividade.

Ela também salientou a importância de se buscar manter alguma atividade física adaptada a esse momento.”É importante, dentro das condições que você tem, criar o espaço e o momento para fazer alguma atividade física”, orientou.

Além de buscar ocupar-se com atenção à família, momento do trabalho e das atividades físicas, a professora destacou ainda que deve haver um momento para o ócio, para a contemplação. “Esse não fazer nada também é um momento para a gente se dar a esse direito”, disse.

Respondendo vários questionamento da audiência tida na página da Apruma no Facebook durante a transmissão, a professora falou ainda sobre o papel desempenhado pelos profissionais da Saúde no momento, e como eles também devem se precaver buscando manter sua saúde mental. Muitos desenvolvem, a partir daí, estresse pós-traumático, devendo isso ser motivo de atenção. Assim, há que se atentar para a saúde mental destes trabalhadores, que já vivem, cotidianamente, sob situação de estresse, sendo uma categoria que já apresenta um grau acentuado de vulnerabilidade.

Ela citou ainda que diante do cotidiano novo e complexo vivido pela população é importante estarmos atentos a nós mesmos e aos demais à nossa volta, para tentar evitar ao máximo que a situação gere consequências de diversas ordens. “Fique atento se você está comendo bem, dormindo bem, se houve mudança de comportamento, se ficou chorando, agressivo…”, ressaltou, apontando indicadores de mudanças de humor que podem estar relacionados a essa nova situação. Há que se observar também o cuidado para que o atual quadro não seja um detonador de compulsões e vícios, como alcoolismo e tabagismo.

Além da Saúde mental a professora chamou atenção para a possibilidade concreta de empobrecimento, ainda mais, da população, o que pode desencadear ainda no aumento da violência. Nesse contexto ganha mais importância a tentativa se se buscar atravessar o momento com a maior tranquilidade possível. “Sabemos que estamos vivendo uma situação complicada, mas transitória. Assim, é buscar formas de vivência a mais tranquila possível”, indicou, citando a necessidade de tranquilidade inclusive para se pensar a situação.

Idosos

No cuidado ao idoso durante esse período, ela indicou que deve ser vista a possibilidade de diminuição do foco no noticiário, além de se buscar a realização de atividades lúdicas. Para os que resistem ao necessário isolamento social, tem que se buscar alertar que esse é um comportamento de risco, tanto para si como para os seus. Assim, é buscar conversar, sabendo que muitos terão dificuldade de aceitar esse conjunto de regras e normas inédito a essa altura da vida.

É preciso, então, ter cuidado com o idoso não apenas no aspecto físico, mas também no acolhimento, procurando sempre possibilidades de interação.

Não se deve, contudo, buscar bloquear ou ignorar os medos, a ansiedade, a angústia e o pânico, mas procurar conversar sobre esses assuntos levando em consideração a faixa etária do interlocutor, se criança, adolescente, adulto, idoso… Nesse contexto, é comum muitas pessoas desencadearem sentimentos que atingem sono, alimentação, e o próprio cotidiano. É preciso, então, segundo ela, procurar administrar isso e atentar para detonadores, como as redes sociais, que, por outro lado, podem ser usadas para aproximar as pessoas.

Serviços Públicos

Ao ser questionada, Denise Bessa também chamou atenção para a necessidade de fortalecimento do serviço público no atual momento. “Mais do que nunca precisamos de servidores públicos bem pagos e de um serviço de qualidade. Essa pandemia nos mostra o quanto o serviço e o servidor público são necessários”, disse.

Confira a seguir a íntegra da transmissão com Denise Bessa Leda realizada pela APRUMA:

https://www.facebook.com/apruma.secaosindical/videos/243892113318757/

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