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Apruma apoia ações de solidariedade à população mais vulnerável durante pandemia e conclama sua base a participar

  • Seção Sindical orienta docentes a contribuírem com iniciativas de solidariedade que vêm sendo empreendidas por movimentos populares para atender aos mais vulneráveis durante a pandemia.
  • Acompanhe aqui, também, orientações para proteção contra o novo coronavírus na periferia e no campo e partilhe estas informações

A Apruma, compreendendo a situação de pandemia que enfrentamos, vem se juntar às organizações que estão fazendo esforço de atenderem setores vulneráveis da classe trabalhadora durante a pandemia do Covid19. O Sindicato faz um chamado aos docentes da Universidade Federal do Maranhão para que participem destas ações, dentro de suas possibilidades.

A seguir, listamos entidades que têm trabalhado  para tentar diminuir a aflição de famílias durante a quarentena, e os contatos para agilizar a doação por parte de nossa base:

ACIB, Associação Comunitária do Itaqui-Bacanga, que atua nos bairros da região, inclusive no entorno da UFMA:

Av. Vaticano, Quadra 57, Nº 09, no bairro Anjo da Guarda (nas proximidades da feira). Os contatos podem ser feitos com Leila (98) 99619 2360

Associação dos Moradores de Vila Bacanga – rua da Felicidade, 25, Vila Bacanga (a vila fica em frete ao Campus). Falar com Taylor, presidente da Associação (98 9 9976 9926).

Solar Cultural da Terra Maria Firmina dos Reis, espaço mantido pelo Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Sem Terra (MST), localizado no Centro de São Luís (rua Rio Branco, atrás da Caixa Econômica da Praça Deodoro, no coração da cidade). Os contatos podem ser feitos pelo telefone (98) 9 9157 3539. O MST vem atendendo a população de rua que se estabelece na região central da capital maranhense. No Solar Cultural funciona uma unidade do Armazém do Campo, espaço onde o MST comercializa produtos da agricultura familiar sem agrotóxicos. As unidades do Armazém do Campo de Pernambuco e a do Maranhão já distribuíram mais de 25 mil refeições, e precisam continuar atendendo a população vulnerável. Neste mês de abril, que marca a jornada de lutas do Movimento (dia 17 é lembrado o massacre de Eldorado de Carajás) tem servido para agregar ainda mais a bandeira da solidariedade à luta pela reforma agrária. Dessa forma, mais de 500 toneladas de alimentos saudáveis já foram distribuídos pelo país e mesmo em outras nações, como no Haiti e na Zâmbia, numa mostra de internacionalismo da batalha contra o Covid19 e também por um mundo mais justo. É a esta luta que os professores e professoras estão sendo chamados a unir esforços.

O que pode ser doado

Entre os itens de maior urgência, alimentos, produtos de higiene e limpeza, máscaras e mesmo ajuda em espécie. O professor Micael Carvalho, secretário-geral da Apruma, destaca a importância da unidade de ação pela vida neste momento. “Diante do cenário de pandemia e da crise sanitária por ela provocada, quadro este que aprofunda as crises política, social e econômica, ações como estas não se configuram como assistencialismo, mas como necessárias e urgentes para a defesa da vida, que é o que está na ordem do dia”, ressalta.

Orientações para periferias e comunidades no campo

A Apruma também conclama os docentes a compartilhar informações voltadas para as camadas da população que habitam as periferias das cidades e também no campo.

O Movimento Luta Popular, ligado à CSP-Conlutas, elaborou material dirigido ao primeiro público, local de sua atuação.

Conselhos e Pastorais da Igreja Católica que atuam na questão do campo elaboraram material ilustrado para orientar pescadores, campesinos, comunidades tradicionais, povos originários quanto à Covid19 (segue abaixo e também estará nas redes sociais da Apruma). as ilustrações foram feitas pelo Coletivo Pinga Pinga e as entidades envolvidas nessa realização são: CIMI (Conselho Indigenista Missionário), CPP (Conselho Pastoral dos Pescadores), CPT (Comissão Pastoral da Terra) e Cáritas.

Sobre as periferias, o Luta Popular e a CSP-Conlutas alertam para a preocupação quanto à disseminação explosiva do coronavírus nas favelas devido a algumas características:

CONDIÇÕES DE TRABALHO – As entidades apontam que aproximadamente 40% da força de trabalho ocupada é informal, (fora os milhões de desempregados, bem como autônomos, “microempreendedores individuais”, terceirizados, todos sem direitos trabalhistas) o que significa que a maioria das pessoas não pode fazer quarentena pois se não trabalhar hoje não come hoje; e aqueles que estão mudando sua dinâmica e buscando garantir o isolamento social já está passando fomes e uma série de privações e dificuldades;

CONDIÇÕES DE MORADIA – A falta de moradia digna faz com que o isolamento social seja praticamente impossível: casas encostadas nas outras, pouca ventilação e umidade, muita gente – em diferentes condições de vulnerabilidade, como idosos, crianças e adultos – morando junto em pequenos cômodos. As vielas também dificultam, por exemplo, o atendimento e socorro a doentes. Ainda, a falta de dinheiro não significa apenas não comer, mas também não ter condições de comprar produtos de higiene e limpeza básicos;

CONDIÇÕES SANITÁRIAS E DE SAÚDE – Metade da população não possui saneamento básico. Isso significa tanto a falta recorrente de água – elemento básico para combater o Coronavírus, permitindo lavar as mãos e higienizar a casa, roupas, alimentos, etc.) – que é algo comum em boa parte dos bairros de periferia, quanto o fato que as pessoas vivem muitas vezes em meio a córregos de esgoto a céu aberto que potencializam a proliferação.

Nesse contexto, o Luta Popular tem disponibilizado material específico sobre este contexto em sua página no Facebook ( https://www.facebook.com/lutapopular/ ) e no site da CSP-Conlutas. Além disso, elaborou uma Cartilha sobre o Coronavírus nas ocupações, periferias e comunidades, com explicações/informação, orientações individuais e propostas de auto-organização coletiva nos bairros: https://bit.ly/2y3WCz3 A cartilha pode ser distribuída virtualmente ou fisicamente, mas neste momento o ideal é que não seja distribuído papel por ser uma forma de transmissão do vírus, alerta o Movimento. O material pode ser baixado nesse link.

O Movimento Luta Popular também orienta para a formação, nestes bairros, de brigadas de solidariedade (responsáveis por bairro, por rua, por quadra, por monitorar os casos de pessoas com sintomas, estabelecer diálogo com o sistema de saúde do entorno, mapear famílias em maior vulnerabilidade para priorizar as doações ou oferecer outras formas de apoio, organizar formas de atendimento rápido em caso de socorro, impedir o corte de água e luz, etc.).

Outra sugestão é a colocação de carros de som nos bairros com explicações/informação, orientações individuais e propostas de auto-organização coletiva nesses espaços. O Movimento disponibiliza modelo de áudios: http://cspconlutas.org.br/2020/04/carros-de-som-ajudam-as-comunidades-mais-pobres-a-enfrentar-o-coronavirus/

Outra orientação é o estabelecimento de “pontes” com os trabalhadores rurais para aquisição de alimentos da agricultura familiar, garantindo que eles possam escoar sua produção nesse momento de dificuldades e também que possamos na cidade acessar alimentos baratos e de qualidade, num momento que nossa saúde deve ser fortalecida e a segurança alimentar garantida. Isso pode ser estimulado em outros Estados. Nesse sentido, a APRUMA disponibilizou aos professores link com uma lista de estabelecimentos para aquisição de produtos. A maior parte deles é de agricultores familiares (o que pode resultar em atendimento precário, posto que a produção é limitada. Quanto a isso, pedimos também paciência como forma de expressar solidariedade). O link pode ser acessado AQUI.

• Imigrantes e Refugiados: entre os mais vulneráveis, existe um setor que precisa ser visibilizado com bastante atenção que são os imigrantes e refugiados, que já têm uma série de direitos não reconhecido e vivem uma série de dificuldades (acesso à moradia, documentação, emprego, educação, saúde, além da xenofobia) que se intensificarão neste momento de crise. Por exemplo, o acesso aos R$ 600,00 tem sido muito difícil para quem não tem documentação ou conta bancária. O Luta Popular dividiu parte das doações que recebeu com as entidades de imigrantes e refugiados filiados à Central (USIH e ANIV) em São Paulo e Manaus e têm tentado ajuda-los a se organizarem nesse processo, e isso também pode ser fomentado em Estados onde existem esses grupos: https://www.facebook.com/lutapopular/posts/1218463218347501 .

• População em situação de rua: temos acompanhado movimentação de alguns grupos que atuam com esse setor população, que é extremamente vulnerável na medida que não tem emprego, moradia e acesso à água, alimentos e os direitos mais elementares. Estamos divulgando orientações sobre formas de apoiar essa população nas cidades, bem como divulgando a elaboração de pautas específicas (como não fechamento dos serviços existentes, para que possam acessar por exemplo banho e água, gratuidade dos bom prato, etc.): http://cspconlutas.org.br/2020/04/pessoas-em-situacao-de-rua-sao-as-que-mais-sofrem-com-a-pandemia-do-coronavirus/. As doações que a APRUMA estimula os docentes a fazerem neste momento para o Solar Cultural da Terra são voltadas, como dissemos, a este setor da população. Já a ACIB e a Associação da Vila Bacanga trabalham, como também foi dito, nos bairros da área Itaqui-Bacanga, região onde fica localizado o maior campus da Universidade Federal do Maranhão.

Todas essas ações podem ser replicadas, servir de referência, para que sejam construídas, intensificadas e potencializadas ações de solidariedade com estes setores. Daí porque a APRUMA convoca os docentes a participarem efetivamente do compartilhamento destas informações, além de efetuar as doações. Não esqueça de repassar o material ilustrado das pastorais sociais da Igreja Católica voltado à população do campo e a cartilha do Luta Popular (link acima), com orientações para as periferias das cidades.

Apruma, com informações Luta Popular, CSP-Conlutas, MST, Teia dos Povos e Comunidades Tradicionais do Maranhão

 

 

 

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