Não faz nem um mês da denúncia de mais um assassinato no campo e já nos deparamos com mais violência contra povos e comunidades tradicionais e originários em solo maranhense.
Pouco mais de 24h após diversos povos atingidos reunirem-se para entrevista coletiva denunciando essas atrocidades, o povo Akroá-Gamella, na Baixada Maranhense, é novamente vítima de violência.
Imediatamente, diversas organizações vieram a público cobrar dos envolvidos a imediata libertação de mais de uma dezena de indígenas presos por defenderem seu território. A seguir, o manifesto assinado por Apruma e outras entidades expondo o caso e cobrando providências. Solicitamos compartilhamento máximo da Nota, que está sendo atualizada com mais apoios:
Liberdade aos Gamella presos arbitrariamente
As entidades abaixo subscritas vêm a público denunciar a prisão arbitrária de cerca de 20 indígenas do povo Akroá-Gamella, em Viana, Maranhão. Dentre os indígenas, está o agente da Comissão Pastoral da Terra (CPT-MA), Kum’Tum Akroa Gamella. De acordo com informações que chegam do território, a situação se iniciou na manhã de hoje, 18/11, devido à tentativa de instalação de linhões de energia elétrica da Empresa Equatorial Energia no território indígena sem a devida consulta prévia ou autorização dos Akroá-Gamella, que tentaram a via da negociação e foram totalmente ignorados pela referida empresa.
Além da prisão realizada pela Polícia Militar do Maranhão, foram recolhidos celulares e câmeras fotográficas que registravam a presença ilegal de equipes para instalação dos linhões. Desde ontem o ambiente é de tensão, devido a presença de jagunços armados contratados pela concessionaria de energia na região.
A situação é de extrema violência, por parte de jagunços e da Polícia Militar, com casas invadidas e tiros disparados.
Exigimos liberdade imediata aos indígenas presos, a apuração rigorosa das ações arbitrárias de instituições do Estado do Maranhão, assim como da empresa Equatorial contra os Akroa-Gamella.
Cáritas Brasileira Regional Maranhão
Conselho Pastoral dos Pescadores-MA
Comissão Pastoral da Terra-MA
Comissão Pastoral da Terra Nacional
Conselho Indigenista Missionário-MA
Sociedade Maranhense de Direitos Humanos
Agência Tambor
Fórum Popular de Educação do Campo do Maranhão
Rede de Agroecologia do Maranhão
Laboratório de Estudos Vulnerabilidades e Processos de Subjetivação/UFMA
Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros- NEAB/UFMA
Coordenação do Curso de Ciências Sociais da UFMA
Geiima – Grupo de Estudos Indígenas e Indigenistas no Maranhão/UFMA
APRUMA Seção Sindical do Andes Sindicato Nacional
Movimento de Defesa da Ilha
Grupo de Estudos Desenvolvimento, Modernidade e Meio Ambiente – GEDMMA/UFMA
Movimento dos Atingidos pela Base Espacial de Alcântara (MABE)
Associação Comunitária de Educação em Saúde e Agricultura- Acesa
Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra MST
TIJUPÁ
NURUNI/UFMA
ANAÍ
União de moradores do Taim
Rede de mulheres das Águas e das Marés e dos Manguezais do Maranhão e do Piaui (Remumama)
Conselho Gestor da Resex Tauá-Mirim
Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Judiciário Federal e MPU no Maranhão – SINTRAJUFE/MA
Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Maranhão – FETAEMA
Núcleo de Estudos e Pesquisas em Questões Agrárias – NERA/UFMA
Diretório Municipal do PSOL de São Luís
Núcleo de Etnologia e Imagem/UFMA
Gepolis – Grupo de Estudos de Política, Lutas Sociais e Ideologia/UFMA
Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco (MIQCB)
Comissão de Direitos Humanos da OAB/MA
Associação dos Produtores e Produtoras Rurais Quilombolas de Santa Rosa dos Pretos – Itapecuru-Mirim/MA
União das Comunidades Negras Rurais Quilombolas – UNICQUITA – Itapecuru-Mirim/MA
Grupo de Trabalho Fronteiras, Regionalização e Globalização na América, do Conselho Latino-americano de Ciências Sociais – CLACSO
Povo Anapuru Muypurá do Maranhão
Povo Tremembé da Raposa/MA
Povo Kariú Kariri – Comunidade Areial – Estreito/MA
Sinasefe Seção Maracanã
Movimento Quilombola de Bequimão/MA – MOQBEQ
CSP Conlutas
Ong Arte-Mojó
Observatório dos Conflitos do Extremo Sul do Brasil, da Universidade Federal do Rio Grande – FURG
FLUTUA/UFMA
Pastoral da Juventude – PJ/MA
Movimento Hip Hop Quilombo Urbano
Movimento Nacional Quilombo Raça e Classe
Movimento Mulheres em Luta
Juventude do Rebeldia
Batalha da LB
Coletivo Úrsula
PSTU
Justiça nos Trilhos JnT
Grupo de Estudo Movimentos Sociais, Questão Social e Identidades – GEMS-QI/UFMA
Associação de Moradores do Residencial Silvia Cantanhede – Paço do Lumiar/MA
Associação Brasileira de Juristas pela Democracia ABJD Núcleo MA
Fóruns e Redes de Cidadania
Sindicato dos Servidores Públicos de São Bernardo-MA – SINDSERP-SB/MA
Movimento de Pescadores e Pescadoras do Maranhão
Articulação Nacional das Pescadoras
Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB
Núcleo Central de Estudos Afro brasileiro e Indígena do IFMA
Aliança Palestina – Maranhão
Policiais Antifascismo
São Luís, 18 de novembro de 2021.
Mais apoios:
O Grupo de Estudos Desenvolvimento, Modernidade e Meio Ambiente/UFMA, que também subscreve a nota acima, elaborou ainda dois documentos sobre ataques aos povos indígenas que vêm ocorrendo, sendo um deles sobre a situação dos Gamella. As notas podem ser acompanhadas nos links abaixo: