A quarta-feira 24 de maio de 2017 entra para a História como o dia em que a classe trabalhadora “emparedou” o governo de Michel Temer.
Depois da grande greve geral do dia 28 de abril e do crescimento das denúncias contra o próprio presidente, pego em gravações feitas pelos delatores donos da Friboi, mais uma demonstração de unidade e persistência dos trabalhadores emparedou Michel Temer, que já não conta com a defesa inquestionável da mídia – tanto que as grandes redes de televisão e os grandes jornais foram obrigados a noticiar a forte mobilização que tomou conta de Brasília, levando mais de 150 mil pessoas, que tomaram todos os espaços dos mais de seis quilômetros que separam o Estádio Nacional Mané Garrincha do Espelho D’água do Congresso Nacional.
A delegação da APRUMA esteve presente na grande coluna da educação, junto com o Andes Sindicato Nacional e demais entidades do setor. Desde as vésperas da grande mobilização, vários docentes trabalharam nas comissões estabelecidas para assegurar o bom andamento da marcha na quarta-feira, como as Comissões de Segurança e de Saúde (a postos para socorrer os manifestantes em qualquer eventualidade, o que, como é sabido, foi um trabalho extremamente necessário): do Maranhão, estiveram participando das preparações para o ato boa parte da diretoria, que chegaram em Brasília dias antes da Ocupação da capital federal.
Governo esconde-se atrás da repressão
A polícia foi insuficiente para tamanha multidão. O governo apavorou-se. A mídia, não querendo fortalecer o campo da classe trabalhadora, tratou de tentar disfarçar os impactos do protesto e classificá-lo como puro vandalismo, além de tentar rebaixar o número de participantes. Temer, como se viu, apelou até para o Exército.
Nada, contudo, foi capaz de diminuir a determinação dos manifestantes, que já não se intimidavam com bombas de gás jogadas de helicópteros. A repressão aumentou. Muitos ficaram feridos. Munição letal foi utilizada contra a população. Jornalistas que cobriam o enorme ato também foram atingidos.
Diferente dos últimos grandes atos na capital federal, entretanto, quando milhares eram varridos da Esplanada dos Ministérios, dessa vez o povo não retrocedeu. As falas do governo forçando ar de normalidade foram desmentidas inclusive pela imprensa, antes sempre tão afável às versões oficiais -o que não significa, contudo, que ela tenha cedido à verdade: chamar os atos de vandalismo e mentir sobre os números colossais do protesto demonstram que, mesmo querendo se livrar de Temer, a mídia o faz para tentar salvar a pauta conservadora das reformas.
Construir nova greve geral
Após essa demonstração de força, sindicatos, centrais e movimentos sociais devem preparar o próximo passo para manter a pressão pela urgente saída do governo de Michel Temer, e para impedir que o Congresso, composto em grande parte por investigados dê as cartas da sucessão, e consiga de vez dar um basta a pauta das reformas que atacam direitos e seguem defendidas pelo empresariado e a imprensa às custas dos trabalhadores.
Depois dos protestos em linha ascendente de 8 de Marco, 15 de Março, da Greve Geral de 28 de Abril e do Ocupa Brasília, todos devem seguir unidos para uma grande greve geral de 48 horas capaz de enterrar de vez as reformas.
Veja imagens do Ocupa Brasília
[slideshow_deploy id=’339′]
Veja também:
Andes Sindicato Nacional – 150 mil pessoas ocupam Brasília contra Temer e as Reformas